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Caingangues bloqueiam hidrelétrica da Copel

O Estado do Paraná-Curitiba-PR
Autor: Sérgio Marqueze e Anselmo Meyer
09 de Ago de 2001

Os índios Caingangues da Reserva Apucaraninha bloquearam na manhã de ontem a entrada da usina hidrelétrica Salto Apucaraninha - a qual entrou em operação no dia 6 de abril de 1949 -, que fica no interior de sua área no município de Tamarana, no Norte do Estado. Eles mantiveram como reféns os três funcionários do turno e impediram os demais de entrarem para o trabalho. Os índios se rebelaram porque, segundo eles, a Copel, proprietária da usina, se recusa a negociar a revisão do contrato de arrendamento das terras onde está instalada. O arrendamento aconteceu há 50 anos para uma empresa local e, posteriormente, foi assumido pela estatal de energia elétrica. Os Caingangues alegam que o valor (não informado) pago a eles atualmente está bastante defasado e a direção da Copel se recusa a negociar um novo contrato.Outra preocupação dos indígenas é quanto à possível privatização da empresa. Caso ela seja vendida, eles querem uma indenização. Na tarde de ontem, a comunidade iria se reunir sob a liderança do cacique Lourenço Augusto para discutir a parte em dinheiro que caberia a eles com a venda da Copel.Ainda na tarde de ontem, os índios aguardavam um representante da companhia ou do governo estadual para dar início às negociações. Nem empresa nem Estado haviam feito qualquer comunicado a eles nesse sentido. Diante disso, o cacique Lourenço ameaçou que "se até amanhã (hoje) a Copel não negociar com a gente, vamos forçar os funcionários a cortarem a energia elétrica da usina". A Salto Apucaraninha abastece o município de Tamarana, parte da cidade de Londrina e vários distritos da zona rural londrinense.CopelEm nota oficial, a companhia garante que os termos do contrato de concessão, homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), "foram sempre, rigorosamente, observados". A nota diz ainda que a empresa está negociando junto às lideranças da Reserva Indígena de Apucaraninha, com a intermediação e auxílio dos organismos e autoridades representativas da região, "o agendamento para amanhã (hoje) de uma reunião, com local e horário a serem definidos, com o intuito de estabelecer um canal de conversação". A nota diz que a Copel "desde já, está se empenhando em buscar a solução que melhor atenda aos interesses daquela parcela da população e também de toda a coletividade paranaense".

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