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Caigangues vivem às margens da BR-277 e sobrevivem do artesanato

A Crítica-Manaus-AM
Autor: Mara Vitorino
03 de Mai de 2001

Família de nove pessoas vive em barraco de lona e passa fome com o pouco feijão que consegue por dia A poucos metros das margens da BR 277, vivem isolados nove índios com resquício da cultura caigangue. A casa é um barraco de lona e o chão é batido. A cama de madeira comporta apenas duas pessoas. O restante da família dorme no chão de terra, como os antepassados. Porém, a diferença é a fome e o desrepeito. Esta é uma das principais reclamações do índio Francisco Ojorsi Tavares, 43 anos, que tem dificuldade em se expressar.O caigangue mostra o almoço e a janta do dia, feijão preto puro. A comida, feita num fogão de tijolos no chão do barraco, era insuficiente para o sustento de todos. Um dia a gente tem comida o outro não, relata.A família de Tavares, constituída de mulher, cinco filhos e outras duas cunhadas viúvas, vivem do artesanato (fruteiras, arcos e flechas e cestos) de taquara retirada do mato. Se a gente vende tem dinheiro para comida, senão dorme com fome.No chão do quintal do barraco, as índias Karina e Maria dizem tecer sem parar, caladas. Falam pouco o português e fitam o chão. Na língua caigangue, reclamam o destino. Ninguém liga para índio.

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