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Cai o índice de tuberculose entre os grupos indígenas em Mato Grosso

24 Horas News-Cuiabá-MT
01 de Ago de 2003

Um estudo realizado pela Funasa entre 2000 e 2002 aponta o progressivo controle da tuberculose nas aldeias indígenas. Desde 1999, a incidência da doença, que entre os índios chega a ser cinco vezes maior do que a registrada entre a população não indígena, vem caindo a uma taxa de 12,9% ao ano.

O trabalho, cujos dados foram consolidados recentemente, mostra que em 2001 e 2002 as mortes causadas por tuberculose corresponderam, respectivamente, a 1,6% e 0,9% do total de óbitos registrados entre a população indígena. Entre 1993 e 1994, as mortes atribuídas à tuberculose correspondiam a 3,9% do total de óbitos nas aldeias.

Em 2000, de cada 1.000 índios, 1,7 morria de tuberculose. No ano passado, a mortalidade geral por tuberculose caiu para 0,7 por mil habitantes. O estudo revela ainda que a cura da tuberculose nas áreas indígenas aumentou de 78% em 2000 para 81,9% em 2002. O número de pacientes indígenas que abandonam o tratamento também diminuiu. Em 2001, 11,8% não completavam o tratamento, contra 8,4% em 2002.

A pesquisa realizada pela equipe técnica do Desai registrou, também, que dos 34 distritos sanitários especiais indígenas, 41,2%, ou seja, 14 deles, conseguiram um índice de cura da tuberculose igual ou superior a 85%, percentual mínimo aceitável pela Organização Mundial de Saúde. Quatro destes, os Dseis Bahia, Potiguara, Pernambuco e Amapá/ Norte do Pará registraram 100% de cura dos casos da doença.

Entre os principais aliados na luta contra a tuberculose estão o diagnóstico precoce e o tratamento, realizados nas próprias comunidades sem a necessidade de internações ou idas aos laboratórios localizados nas cidades. Nas comunidades onde a prevalência da doença é alta, por exemplo, as equipes multiprofissionais fazem a busca ativa de casos, ou seja, são realizados os exames de escarro e radiografia em todas as pessoas com tosse há mais de três semanas. Posteriormente, todos os casos diagnosticados são tratados. Aqueles que tiveram contato com pessoas infectadas são monitorados ou submetidos a quimioprofilaxia, uso de medicamento, para evitar o desenvolvimento da doença.

A meta da Funasa para os próximos quatro anos é reduzir em 30% a incidência de tuberculose bacilífera-forma da doença diagnosticada no exame de escarro -entre a população indígena, hoje em torno de 108,6 por cem mil habitantes. Até 2006, estão previstos o treinamento de 590 profissionais em diagnóstico e tratamento precoce e a implantação de 54 centros de diagnóstico nas áreas indígenas

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