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CAFI Realiza Seminário de Projetos Indígenas

Coiab - http://www.coiab.com.br/
04 de Mar de 2011

Aconteceu nos dias 1 e 2 de março o Seminário Integrado dos 14 projetos dos alunos do CAFI - Centro Amazônico de Formação Indígena, como resultado da parte prática do curso Gestão de Projetos, oferecido para as jovens lideranças da Amazônia Brasileira.

Os alunos apresentaram seus projetos que foram elaborados durante os 06 meses de trabalho. Esses projetos apresentados foram avaliados por uma banca composta por professores da Universidade Federal do Amazonas e parceiros da COIAB, como o Instituto Internacional de Educação do Brasil e da SEIND - Secretaria de Estado para os Povos Indígenas, do Governo do Amazonas.

As linhas de ação dos 14 projetos apresentados são divididas em Educação, Sustentabilidade Econômica, Saúde/Educação, Fortalecimento Institucional e Agricultura. Os trabalhos serão desenvolvidos dentro das comunidades indígenas das quais os alunos fazem parte.

O jovem Marcelo Mayuka, guerreiro do povo Bakairi, do Mato Grosso, que é aluno do CAFI, explica importância dos seminários, pois estes servem para se aprimorar os detalhes que são fundamentais na aprovação junto aos financiadores. "Esse projeto para ser desenvolvido na minha comunidade é um projeto de formação de Agentes Ambientais. Ele será muito bem vindo para o povo Bakairi. Pretendemos trabalhar na conscientização também da sociedade envolvente, para evitar as queimadas na nossa região", revela o Gestor de Projetos.

Para a liderança Naraiamat, do povo Paíter Suruí, que apresentou o seu projeto na área da Cultura, com o objetivo de se valorizar a identidade do povo. "A preservação cultural e as questões referentes ao meio ambiente, são demandas da sua comunidade. "Desde que entramos em contato com a sociedade não-indígena perdemos muito da nossa cultura. Principalmente os mais jovens. Sentimos a necessidade de trabalharmos um projeto que pense sobre um Centro Cultural para o nosso povo, que servirá com um novo espaço de diálogo".

Para a antropóloga Maria Helena Ortolan, professora da Universidade Federal do Amazonas, os alunos conseguiram absorver o instrumento de concepção formal dos projetos. "Esses projetos são veículos políticos e devem ser planos coletivos. Não vão resolver todos os problemas, mas serviram como articulação em um espaço de diálogo. São jovens que iniciaram no movimento indígena dando suas respostas em forma de projetos".

Segundo Alexandre Goulart, do Instituto Internacional de Educação do Brasil, os projetos apresentados têm um folego muito grande. Para ele, os alunos se revelaram como porta-vozes de um conhecimento que precisa ser trabalhado junto com as comunidades. "Saio daqui muito otimista, pois o CAFI conseguiu atingir seus objetivos de formar gestores de projetos realmente indígenas, que expressam os desejos de suas comunidades. Conseguir unir esses novos conhecimentos com o conhecimento dos mais velhos é importante. O gestor de projetos é um instrumento da comunidade para projetos de vida. O movimento indígena cresce muito com isso".

De acordo com Marcos Apurinã, coordenador geral da COIAB, os alunos que participaram desse curso de formação de gestores de projetos atendem às necessidades de suas bases e é um compromisso que a COIAB tem em dar continuidade aos projetos apresentados. "Vamos colocar esses projetos para os nossos financiadores, são projetos muito bem elaborados, que são voltados para o bem estar dos povos indígenas", afirma.

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