VOLTAR

Cacique procura há 10 anos terra para plantar

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
13 de Fev de 2002

Na arquidiocese da Grande Florianópolis e do Vale do Itajaí, composta por 30 municípios, vivem em torno de 600 indígenas. Três aldeias ficam em Palhoça - Maciambu, com 68 pessoas; Cambirela, com 25 e Morro dos Cavalos, a maior de todas, com 136 índios. Em Biguaçu, fica a quarta comunidade indígena, onde vivem 120 pessoas. Os demais estão em centros urbanos.

Artur Benite é o nome "brasileiro" do índio Weramirim, o cacique da aldeia do Morro dos Cavalos. Lá, moram 28 famílias, totalizando 136 pessoas, 60 delas crianças. "Índio gosta de fazer filho", conta. Ele tem 16 filhos, com quatro mulheres. "Mas casei com uma de cada vez", esclarece.

Weramirim está há 10 anos na aldeia da Palhoça. Nasceu em Tenente Portela (RS), mas veio para Santa Catarina em busca de terras para plantar. Sua busca ainda não acabou. Nos 121 hectares da reserva, os índios só conseguem plantar banana e algumas verduras para subsistência. "Essa terra é ruim. É só morro, com solo empedrado", reclama. Os índios garantem a alimentação com a venda de artesanato.

Falando pela comunidade, o cacique diz que a principal reivindicação é terra. "Podemos até continuar morando aqui, mas precisamos de uma terra mais plana para cultivar feijão, batata-doce e outros produtos que precisamos", reclama. Ele pede também um posto de saúde próximo à aldeia, com médico pelo menos duas vezes por semana.

SAIBA MAIS
CAUSAS DOS POVOS INDÍGENAS
Luta pela terra
Apoio ao movimento indígena
As alianças fiéis e o compromisso de defender e promover a vida dos povos indígenas
O esforço na formação a serviço da autonomia dos povos indígenas
O diálogo intercultural e interreligioso
O incipiente trabalho com os índios da cidade
Das 771 terras indígenas, 68% não têm o procedimento de demarcação concluído, e 178 delas sequer foi iniciado
Objetivos da Campanha da Fraternidade de 2002
Permitir o conhecimento mais amplo da vida e dos povos indígenas
Possibilitar o envolvimento das comunidades, igrejas, paróquias e famílias na luta pela demarcação e garantia das terras indígenas
Lutar pela aprovação de um estatuto para os povos indígenas que leve em conta suas necessidades, propostas e expectativa
Criar uma grande rede de aliados para exigir do governo federal ações que favoreçam a vida dos povos indígenas, protegendo o meio ambiente, eliminando a miséria, a desnutrição e as doenças
Refletir sobre as raízes do preconceito que marginaliza e diminui os povos indígenas, para que possa ser superado
Realizar uma campanha ecumênica, nos diferentes níveis
Informar e subsidiar a reflexão dos grupos internacionais, tão sensíveis à causa indígena, para que aprofundem em seus próprios países a reflexão em torno das causas das minorias, exilados, migrantes e distintas etnias

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.