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Cacique cinta-larga diz que policiais federais venderam armas a índios em Rondônia

24 Horas News-Cuiabá-MT
28 de Abr de 2004

Em reportagem publicada na edição desta quarta-feira do jornal "O Globo", o cacique Pio Cinta-Larga, um dos chefes da reserva Roosevelt, em Rondônia, onde houve o massacre de 29 garimpeiros na Semana Santa, diz que policiais federais forneceram armas ilegais para os índios. Essas armas serviam para que as aldeias se protegessem, segundo ele, das invasões de garimpeiros interessados em explorar as jazidas de diamantes. As armas foram vendidas aos índios em 2002, quando o garimpo foi fechado numa operação da própria PF.

Leia trecho da entrevista do cacique cinta-larga ao repórter Rodrigo Rangel:

Há informações de que os índios têm fuzis AR-15, pistolas automáticas...

PIO: Isso é conversa fiada. Não existe.

E as armas que estão lá, chegaram como?

PIO: Eu mesmo não sei como chegou arma na mão do João (Bravo). João falou que foi algum agente de Polícia Federal que trouxe diretamente de São Paulo. Eu posso estar enganado. O João falou só isso.

O senhor está falando do cacique João Bravo? É ele quem tem as armas?

PIO: Ele tinha, mas já devolveu.

Quais eram as armas?

PIO: O João é quem sabe. Ele mora numa aldeia e eu moro em outra. Não posso ver tudo o que acontece lá dentro.

O senhor disse que a Polícia Federal levou essas armas?

PIO: Na época que fecharam o garimpo, o pessoal estava ameaçando os índios, dizendo que se não abrisse o garimpo iam matar a gente. Aí a Polícia Federal falou para algum filho do João que trazia armas de São Paulo, sem registro, sem nada. Talvez aconteceu assim. Mas eu não tenho participação nessa negociação de arma.

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