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Cachimbo da paz

Diário de Cuiabá - http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=364820
13 de Fev de 2010

Não há mais impasse ambiental para a pavimentação da Rodovia BR-163 Cuiabá-Santarém e de seu trecho coincidente com a Trasamazônica (BR-230), no Pará. Na quarta-feira desta semana o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) celebraram dois convênios que receberam ratificação por parte das comunidades indígenas paraenses que vivem nas aldeias Kubenkokre, Pykany e Baú, que contempla seus signatários e abre caminho à obra rodoviária mais esperada por Mato Grosso.

Pelos documentos pactuados o DNIT assegura recursos financeiros para programas sociais das comunidades indígenas localizadas no eixo de influência da rodovia 163/230, no Pará, e para a construção e manutenção de Casa de Saúde do Índio e Casa do Artesanato, ambas em Novo Progresso. O hospital contará com espaço para abrigar familiares de indígenas em tratamento, terá ambulância e dois automóveis. O outro imóvel será centro de divulgação da cultura indígena e quiosque para venda de produtos oriundos das aldeias.

O montante dos convênios não foi divulgado pelas partes, nem pelo Instituto Kabu, ONG ligada à Funai, à qual serão repassados os recurso oriundos do DNIT. Kabu também executará as duas obras e será gestora de ambas bem como dos programas sociais que serão criados nas aldeias.

Recentemente o presidente do DNIT, Luiz Antônio Pagot, percorreu a BR-163 entre o Médio-Norte de Mato Grosso a Santarém, acompanhado por técnicos civis e oficiais do Exército, para inspecionar a obra da 163/230 e também para afunilar entendimentos com lideranças indígenas Kayapó que vivem no entorno dessa rodovia, no Pará.

Os entendimentos mantidos por Pagot durante a viagem deram os contornos finais da ampla e demorada negociação que aconteceu entre autoridades rodoviárias e a Funai. O bom senso prevaleceu entre as partes. O DNIT mostrou a importância da obra ao desenvolvimento nacional e a Funai juntamente com os indígenas aceitaram a argumentação, condicionando-a ao respeito aos limites territoriais das terras dos índios e a uma série de itens calcados em princípios ambientais e importantes para quem vive dentro e fora das aldeias.

Prevaleceu a lógica. A BR-163 em breve será importante rodovia longitudinal pavimentada interligando o centro do continente aos portos paraenses no rio Tapajós, em Santarém, onde desemboca no Amazonas. O vaivém dos veículos terá livre passagem. A ocupação das margens da rodovia obedecerá a rigorosos critérios. Paralelamente a isso os índios Kayapó permanecerão em suas aldeias mantendo seus costumes, crenças e tradições, mas com a vantagem que lhes foi concedida pelos convênios firmados pelo DNIT com a Funai. Que esse entendimento inspire a iniciativa privada e o governo como um todo, para que o Brasil cresça ordenadamente, respeitando o meio ambiente e com harmonia entre os que moram dentro e fora das aldeias.

"Os índios Kayapó permanecerão em suas aldeias mantendo seus costumes, crenças e tradições"

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