Bush cria a maior área de proteção oceânica

Bush cria a maior área de proteção oceânica
Para críticos, parque de 500 mil km2 no Oceano Pacífico é uma jogada de marketing

Os Estados Unidos anunciaram ontem a criação do que chamaram de "a maior área de proteção oceânica do mundo" em torno de ilhas do Pacífico sob domínio americano. A pesca comercial e a exploração de minérios passam a ser proibidas na área de cerca de 500 mil quilômetros quadrados. Críticos, no entanto, alertam que trata-se mais de uma jogada de marketing ambiental no apagar das luzes do governo de George W. Bush do que de uma medida de proteção realmente eficaz.
Segundo ONGs ambientais, a área é uma das mais profundas do planeta - as Fossas das Marianas, com 11 quilômetros de profundidade são o local mais fundo da Terra - onde a exploração de minérios é praticamente impossível. O local é tão remoto, que tampouco há pesca comercial em larga escala. Além disso, dizem, o problema crítico da região é a elevação da temperatura de suas águas - que está matando os corais - associada ao aquecimento global. O governo Bush se recusou a assinar o Protocolo de Kioto para redução dos gases do efeito estufa ou tomar qualquer medida coletiva para redução do problema.
Ainda assim, a área de proteção engloba alguns dos locais de maior biodiversidade do globo, vulcões submarinos, fumarolas marinhas de vapor quente e uma piscina de enxofre que seria única na Terra - a outra região semelhante conhecida pelo homem fica em Io, uma das luas de Júpiter.
A medida inclui ainda a criação de três novos "monumentos nacionais" em torno dos diferentes territórios americanos no Pacífico, que incluem atóis e ilhas, algumas estratégicas.

O Globo, 07/01/2009, Ciência, p. 26