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Braskem avalia fábricas de ''plástico verde'' no exterior

OESP, Negócios, p. B22
25 de Set de 2010

Braskem avalia fábricas de ''plástico verde'' no exterior
Empresa inaugurou ontem no Rio Grande do Sul sua unidade de eteno feito com etanol de cana-de-açúcar

Elder Ogliari

A Braskem inaugurou ontem em Triunfo, no Rio Grande do Sul, sua primeira fábrica de "plástico verde" - que utiliza o etanol, em vez do petróleo, como matéria-prima. E os planos da empresa para o segmento são ambiciosos. Segundo Bernardo Gradin, o presidente da Braskem, a companhia já estuda a possibilidade de uma nova fábrica no Brasil e negocia projetos semelhantes em outros quatro países.
A fábrica inaugurada ontem, em solenidade que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai produzir 200 mil toneladas de polietileno verde por ano, usando tecnologia desenvolvida pela própria empresa. A diferença está na matéria-prima. Em vez do petróleo usado no processo tradicional, é a cana-de-açúcar que vai gerar o etanol que será transformado em eteno, polietileno, plástico e, por fim, sacolas de supermercados, frascos de produtos de higiene e beleza, embalagens de alimentos e até tanques de combustível.
A grande vantagem ambiental, segundo a empresa, é que cada tonelada produzida do "plástico verde" sequestra até 2,5 toneladas de dióxido de carbono do ar, por meio da absorção feita pela cana-de-açúcar. A Braskem investiu R$ 500 milhões no projeto, com recursos próprios e empréstimos, e percebe que o produto terá mercado crescente.
Segundo Bernardo Gradin, a demanda pelo produto já supera três vezes a capacidade da planta, e ele acredita que não há um teto para isso. "Eu não colocaria limites", destacou. Entre os clientes do plástico verde citados pela fabricante estão empresas como a Tetra Pak, Shiseido, Natura, Acinplas, Johnson & Johnson e Procter & Gamble.
O executivo não deu detalhes sobre a eventual expansão do projeto para outros países. Afirmou apenas que eles estão localizados na Europa, América e Ásia. Segundo Gradin, as unidades poderão ser construídas no exterior mesmo que a matéria-prima de abastecimento, o etanol, seja fornecido do Brasil.
"Esses países querem que se repita o que foi feito no Rio Grande do Sul... Seriam fábricas simultâneas ao crescimento em polietileno verde no Brasil", disse. O Rio Grande do Sul não produz cana-de-açúcar, embora exista a possibilidade de que, com a unidade de Triunfo, empresários possam pensar em investir no Estado, segundo Gradin.
Por enquanto, a unidade será abastecida por 462 milhões de litros de etanol por ano adquiridos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná e transportados por navios, trens e caminhões ao Rio Grande do Sul. Para o futuro, o Estado está identificando zonas propícias ao plantio de cana-de-açúcar, enquanto pesquisadores desenvolvem variedades adaptadas ao solo e clima locais.
Expansão. Além de eventuais unidades produtoras de polietileno verde em outros países, Gradin destacou que a próxima reunião do conselho de administração, prevista para 6 de outubro, também definirá os novos passos da empresa neste segmento dentro do Brasil.
"As novidades ainda não passaram pelo conselho, mas garantimos a intenção (de expandir os negócios em plástico verde no Brasil)", disse. De acordo com ele, além da previsão de se tornar uma das maiores petroquímicas do mundo, a Braskem mantém o interesse de ser líder mundial em biorresinas. / Com Reuters

OESP, 25/09/2010, Negócios, p. B22

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100925/not_imp615027,0.php

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