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Brasil vai debater Biodiversidade e Clima em julho antes da reunião do Basic

MMA - www.mma.gov.br
21 de Mai de 2010

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, fez vistoria nas obras do Parque Nacional da Tijuca nesta sexta-feira, dia 21 de maio. O Parque recebeu R$ 15 milhões para recuperação das áreas danificadas em função dos deslizamentos provocados pelas fortes chuvas que caíram na região em abril deste ano. Os recursos saíram do Governo Federal, que doou R$ 10 milhões, e mais R$ 5 milhões foram repassados pela prefeitura do Rio de Janeiro.

A ministra concluiu que os maiores gastos serão na rede de drenagem, que está comprometendo as vias do Parque. "Todo o sistema de drenagem será refeito", garantiu.

Na ocasião, a ministra aproveitou para anunciar que em julho, como preparação para a quarta reunião do Basic (grupo formado por Brasil, África do Sul, Índia e China), no Rio de Janeiro, serão promovidas duas semanas de debates, uma em São Paulo sobre Biodiversidade e outra no Rio sobre Mudanças Climáticas. "Está passando da hora da sociedade se mobilizar em torno do tema, assim como os formadores de opinião e os detentores de decisão.", ressaltou a ministra.

Exposição - No Centro de Visitantes da Floresta da Tijuca a ministra ainda visitou a exposição permanente "Uma Floresta na Metrópole", que enfoca a realidade ambiental do Parque Nacional da Tijuca em três fases: A Mata Original, a Intervenção Humana e o parque após sua criação, enfatizando todo o universo ambiental desta Unidade de Conservação. A exposição é uma realização do Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade e o Parque Nacional da Tijuca.

Flora - No mesmo dia a ministra realizaou o lançamento da versão online da Lista de Espécies da Flora do Brasil, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ).

O JBRJ foi designado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para coordenar, por intermédio do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), o trabalho de elaboração da Lista, que envolveu cerca de 400 taxonomistas brasileiros e estrangeiros voltados para a identificação e caracterização das espécies de plantas nativas do território nacional.

A nova lista apresenta 41.123 espécies da flora brasileira, sendo 3.633 de Fungos, 3.521 de Algas, 1.522 de Briófitas, 1.176 de Pteridófitas, 23 de Gimnospermas e 31.248 de Angiospermas. Sobre cada espécie são fornecidos os dados de distribuição geográfica por Região, Unidade da Federação e Domínios Fitogeográficos. Também é possível saber os sinônimos para o nome aceito de cada espécie e consultar quais delas são endêmicas, ou seja, exclusivas do território brasileiro.

Apesar da imensa diversidade florística do país, a única compilação desse porte, procurando abranger todas as espécies de plantas brasileiras conhecidas, datava do período entre 1846 e 1906, quando von Martius, Eichler & Urban editaram a Flora brasiliensis, com 22.767 espécies.

"É com satisfação que, dentro das comemorações do Dia Internacional da Biodiversidade, apresentamos a Lista atualizada da nossa Flora que, além de representar um avanço do Brasil no cumprimento das metas da Convenção sobre a Diversidade Biológica, significa termos aperfeiçoado o conhecimento sobre as espécies do nosso País", disse a ministra.

A elaboração da Lista teve início em setembro de 2008, quando foi estabelecido o comitê organizador, os coordenadores de cada grupo taxonômico e as informações que deveriam ser disponibilizadas. Outras listas parciais já publicadas ou disponibilizadas por especialistas dos diferentes grupos foram então integradas e os dados foram migrados para um sistema desenvolvido pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA). Durante o ano de 2009, os cerca de 400 especialistas trabalharam sobre essa base de dados unificada, incluindo online os novos dados ou corrigindo aqueles já existentes.

"Esse produto mostra a capacidade de mobilização da comunidade botânica do Brasil e o potencial do Jardim Botânico do Rio de Janeiro que sempre foi nosso parceiro para chamar a atenção sobre a importância da biodiversidade", destacou o secretário de Conservação da Biodiversidade do MMA, Bráulio Dias.

Para a coordenadora-geral do projeto, a botânica Rafaela Campostrini Forzza, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, isso é apenas o início. "A intenção é de que a lista seja dinâmica e atualizada periodicamente para incluir novas espécies e mudanças taxonômicas ao longo do tempo. Esperamos que esse site também disponibilize, num futuro próximo, muitas outras informações sobre a flora brasileira".

GBO3 e BBOP - No mesmo evento do Jardim Botânico, como parte das comemorações do Dia Internacional da Biodiversidade (22 de maio), o MMA ainda lançou as publicações traduzidas para o português do relatório "Panorama da Diversidade Global" (GBO3, sigla em inglês) e também do documento "Negócios, compensação de biodiversidade e BBOP: Panorama".

O GBO3 é a terceira edição da publicação, que faz parte da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), e vai pautar as discussões entre os chefes de Estado participantes da Cúpula da Biodiversidade, que ocorre em outubro no Japão.

O documento sugere que a perda da biodiversidade global está alcançando um patamar quase irreversível. O documento divulgado pelas Nações Unidas no dia 10 de maio afirma que nenhum País cumpriu integralmente as metas de redução da perda da biodiversidade entre 2002 e 2010.

"A notícia não é boa. Se continuarmos nesse ritmo, a biodiversidade diminuirá cada vez mais. Mas é preciso ressaltar que os maiores avanços são do Brasil, como por exemplo, a queda de 75% do desmatamento da Amazônia Brasileira. O Brasil tem sido pró-ativo e isso é um motivo de orgulho", comemorou Bráulio.

Já a versão em português da publicação "Negócios, compensação de biodiversidade e BBOP: Panorama" apresenta os princípios do Programa de Negócios e Compensações para a Biodiversidade (BBOP) para o desenvolvimento de melhores práticas relacionadas à compensação para a biodiversidade.

O documento foi traduzido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) - uma associação civil sem fins lucrativos que trabalha para conservar a diversidade biológica do País há 14 anos -, como parte da sua cooperação no programa internacional Negócios e Compensação da Biodiversidade (Business and Biodiversity Offsets, em inglês).

Biodiversidade - Todos esses projetos fazem parte das ações do Brasil previstas para o Ano Internacional da Biodiversidade e representam um avanço no cumprimento das metas da CDB, da qual o Brasil é signatário, e assumiu, perante a comunidade internacional, uma série de compromissos para 2010.

Dentre eles, destaca-se a implementação da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC), com o objetivo de facilitar o consenso e a sinergia nos níveis global, nacional, regional e local no sentido de impulsionar o conhecimento e a conservação de plantas. A elaboração de uma lista - funcional amplamente acessível - das espécies conhecidas de cada país é a primeira das 16 metas estabelecidas pela GSPC.

Para a 10ª Conferência da CDB, que acontecerá em outubro, em Nagoia (Japão), os países signatários devem definir novas metas para a redução da perda de biodiversidade nos próximos anos.

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