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29 de Ago de 2019
Brasil proíbe queimadas
O Brasil proibiu as queimadas em campos e florestas por dois meses para tentar acabar com os incêndios na Amazônia, uma medida recebida com ceticismo diante da magnitude de um fenômeno que provocou uma crise ambiental e diplomática.
O decreto, válido por dois meses a partir desta quinta-feira (29), foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, questionado por seu apoio à expansão das atividades agrícolas e de mineração em territórios indígenas e áreas protegidas da maior floresta tropical do planeta.
A questão causa preocupação internacional. O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, levantou a possibilidade de organizar uma reunião específica à margem da Assembleia Geral da ONU em setembro sobre a Amazônia, onde "a situação é obviamente muito séria".
O governo brasileiro, que mobilizou mais de 3.900 militares e brigadas, centenas de veículos e 18 aeronaves, disse na quarta-feira (28) à noite que os focos de incêndio estavam diminuindo, sem fornecer números.
Dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que de terça a quarta-feira houve 1.628 novos focos, totalizando 84.957 desde janeiro, mais da metade deles (51,8%) na floresta amazônica. Esse número marca um aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano passado e é um recorde de incêndios desde 2010.
Desmatamento
O país está na estação seca, mas especialistas dizem que o aumento dos incêndios se deve principalmente ao aumento do desmatamento impulsionado pela indústria madeireira e pelas atividades agropecuárias.
É muito difícil acreditar que [o decreto] tenha um impacto imediato no terreno. Quem queima sem licença não o respeitará", disse Rodrigo Junqueira, porta-voz do Instituto Socioambiental (ISA), uma entidade científica não governamental focada em projetos sociais e ambientais.
Além disso, "a fiscalização não será mobilizada, depois de todo o desmonte do aparato ambiental", acrescentou, em referência às medidas do governo que debilitaram as instituições encarregadas da tarefa.
"O problema não é a proibição, mas o cumprimento da lei", afirmou em nota a ONG WWF.
(Com informações da AFP)
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