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Brasil é o terceiro país, dentro do G20, com maior fatia de área florestal, mostra IBGE

Valor Econômico - https://valor.globo.com/
14 de Nov de 2024

Brasil é o terceiro país, dentro do G20, com maior fatia de área florestal, mostra IBGE
Em 2020, país estava atrás apenas de Japão e Coreia do Sul em termos de percentual do território com cobertura florestal

Rafael Rosas e Alessandra Saraiva

14/11/2024

Em 2020, o Brasil era o terceiro país, dentre os estados-membros do G20, com a maior porcentagem de área florestal (59,4%), atrás apenas da Coreia do Sul (64,4%) e do Japão (68,4%). Os dados constam do estudo "Criando Sinergias entre a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o G20", divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O documento ressalta que todos os seis biomas terrestres brasileiros apresentam formações florestais, sendo que na Amazônia e na Mata Atlântica as florestas são predominantes. O estudo considera a definição de área coberta por florestas estabelecida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), em relação à área total do território do país, excluindo a área ocupada pelas massas de águas interiores.

O IBGE explica ainda que a área territorial no ano de 2015 é adotada como referência, de modo a evitar flutuações no indicador relacionadas a eventuais mudanças na área terrestre do país.

A porcentagem do território coberta originalmente por florestas é variável entre os países do G20. O IBGE cita como exemplo a Arábia Saudita e a Argentina - países que apresentam o menor percentual de florestas como fatia do total do território - e lembra que nesses países a maior parte do território é naturalmente desprovida de formações florestais.

"Por esse motivo, uma outra interpretação relevante dessa informação vem da análise da taxa de mudança anual da área florestal", pondera o estudo.

Nessa análise, o Brasil aparece entre os países que mais perderam área florestal nos períodos de 2000 a 2015 e de 2015 a 2020. Entre 2000 e 2015, o Brasil perdeu 0,60% da sua área florestal por ano, em média. De 2015 a 2020, esse ritmo de perda caiu para 0,29% ao ano. Nesse último período, China e Itália apresentaram os maiores incrementos na sua área florestal, com 0,90% ao ano e 0,57% ao ano, enquanto Indonésia e Argentina foram os países com os maiores decréscimos, com -0,62% ao ano e -0,36% ao ano, respectivamente.

O estudo ainda observa que entre 1990 e 2020 a área florestal brasileira passou de 588,898 milhões de hectares para 496,619 milhões de hectares. Em termos proporcionais, em 1990 as formações florestais ocupavam 70,5% do território nacional, passando a ocupar 59,4% em 2020.

Gestão Florestal
O IBGE também avaliou os progressos dos integrantes do G20 na gestão florestal sustentável. Foram considerados cinco subindicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a cada um deles foram dadas notas verdes, amarelas ou vermelhas.

A maior insuficiência foi verificada no quesito "Área florestal sob um esquema de certificação de manejo florestal verificado de forma independente", que teve avaliações vermelhas para Canadá, China, Índia e Rússia, embora todos os demais tenham ficado com a nota verde.

A "Taxa anual de alteração da área florestal" teve notas vermelhas para Coreia do Sul, Indonésia e Japão, enquanto a "Biomassa acima do solo na floresta" teve apenas a Austrália com a nota vermelha.

A "Proporção de área florestal dentro de áreas protegidas legalmente estabelecidas" teve vermelho apenas para a Indonésia, enquanto a "Proporção de área florestal sob plano de manejo de longo prazo" teve nota vermelha somente para a Coreia do Sul.

O Brasil ficou com a nota verde em todos os quesitos, exceto a "Taxa anual de alteração da área florestal", que ficou com a nota amarela.

Outra análise feita foi da adoção dos marcos internacionais sobre repartição de benefícios da biodiversidade nos países do G20. O estudo mostrou que, em 2023, África do Sul, China, México e Rússia não eram signatários de tratado internacional sobre recursos fitogenéticos para alimentação e agricultura. Além disso, Turquia, Rússia, Itália, Estados Unidos, Canadá e Austrália ainda não haviam, no ano passado, aderido ao Protocolo de Nagoya.

O estudo apresenta ainda o percentual total de área protegida em relação ao total da área do país. A Alemanha lidera o ranking, com 37,6% de seu território protegido, seguido pelo Brasil, com 30,6% e pelo Japão, com 29,8%. O país com menor proporção do território protegido é a Turquia, com 7%, seguida pela Índia, com 7,5% e a Argentina, com 8,7%.

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