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Autor: Janaína Lopes
22 de Ago de 2018
O curta "Majur", de Rafael Irineu, é um dos concorrentes da mostra competitiva do 46o Festival de Cinema de Gramado. Em 20 minutos, conta a história do índio Majur, da aldeia pobore, que vive no interior do Mato Grosso. Ele é chefe de comunicação da tribo, responsável pela interlocução com o mundo. E também é gay.
"Minha mãe dizia que as relações homoafetivas eram aceitas na aldeia. Foi o branco que trouxe o preconceito para a tribo", diz Majur no filme. Aos 27 anos, ele se divide entre as tarefas da tribo e o cotidiano, como qualquer jovem, indo a festas e postando fotos na internet.
O diretor Rafael Irineu conheceu Majur enquanto filmava outro trabalho na tribo. Decidiu realizar o curta para contar a história do índio, e mais: para debater o preconceito e a violência de que, como observa Rafael, os LGBTs são vítimas. "Há um momento muito crítico, de um movimento conservador. Esse assunto é debatido no eixo, mas no interior do Mato Grosso, é difícil", afirma Rafael.
"Essa história precisa ser contada porque existem mais LGBTs indígenas, LGBTs na cidade, e a gente precisa lutar pelos direitos deles. A gente tem muito a conquistar."
A defesa da diversidade não está presente somente na tela. Rafael salienta que a equipe é formada por pessoas LGBT, mulheres e trans, algo incomum no mercado audiovisual cuiabano, dominado por homens, como observa o criador.
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