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Bororos ainda ocupam sede da Funai em Rondonópolis

Midianews-Cuiabá-MT
11 de Jun de 2003

A ocupação da sede da FUNAI em Rondonópolis pelos índios bororos completou duas semanas ontem e, pelo visto, ainda deve durar mais alguns dias. Na semana passada uma comissão formada por quatro índios esteve na sede do órgão em Brasília. Eles conversaram com representantes da chefia de gabinete da FUNAI, que prometeu avaliar e responder, ainda este mês, o pedido de exoneração do atual administrador regional, José Miranda, e sua substituição por Marcos Rufino - principal condição dos bororos para encerrar a ocupação.

"Conversamos em Brasília com o Antônio Aporiná, que também é índio, e ele nos disse que a decisão será tomada pelo Ministro da Justiça. Segundo Aporiná, a decisão só não saiu ainda porque o Marcos Rufino não faz parte do quadro de funcionários da FUNAI e, por isso, sua nomeação exige um estudo mais profundo das autoridades", disse Cícero Kudoropa, um dos quatro índios escolhidos para representar os bororos no contato com a direção da FUNAI em Brasília.

A demora não diminuiu o ânimo dos bororos, mas alterou a estratégia visando a manutenção da ocupação da sede regional. Ao invés de um grande grupo, a sede agora é ocupada por onze índios adultos em sistema de revezamento. A cada quatro dias um novo grupo chega e cuida de manter o local sob estrita vigilância. Eles têm todas as chaves da sede e só permitem a entrada de estranhos após a aprovação dos líderes do protesto.

"O revezamento foi a forma encontrada para manter o protesto, sem prejudicar as atividades nas nossas aldeias. Temos pressa em resolver a situação para retomar nossa rotina, mas só vamos sair daqui quando formos atendidos", afirmou o cacique da aldeia Piebaga, Antonio Bai Prado.

Apesar da determinação em manter a ocupação, os bororos já discutem novas ações para garantir o atendimento das reivindicações. Caso a decisão da FUNAI não saia até o início da próxima semana, eles pretendem enviar cerca de 80 índios para Brasília com a missão de ocupar a sede do órgão.

"Por enquanto estamos aguardando pacientemente. Mas tudo tem limite, até a nossa paciência. Se o movimento daqui não resolver, vamos levar o problema até eles", alertou o cacique Bai Prado.

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