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Bom dia,

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
22 de Fev de 2003

"Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", diz o adágio popular. De tanto pregarem a cizânia, o ódio e o segregacionismo étnico, as organizações que se dizem "defensoras da causa indígena" estão conseguindo criar sentimentos que, no futuro próximo, vão desaguar em conflitos entre índios e não índios em Roraima. Sempre que se tornam agudos os interesses conflitantes, não falta radicalização dessas organizações que aproveitam qualquer brecha para avançarem mais na construção de impasses entre silvícolas e não silvícolas.
Em contrapartida à ação dos chamados "defensores dos índios", vai sendo criado lentamente, entre pessoas comuns da sociedade roraimense, preconceitos e aversões aos indígenas que se manifestam de várias maneiras. Esta semana, a Folha recebeu onze e-mails de leitores questionando a política de atendimento que o governo estadual pratica no interior das malocas (escolas, postos médicos e outros apoios) e no atendimento que lhes presta através da república de saúde nas cidades do Estado.
"Se eles sovinam a água de um igarapé para matar a sede da população de Pacaraima, por que devemos aceitar que o nosso dinheiro sirva para atende-los?", indaga um leitor. A que ponto chegamos! É inaceitável o questionamento do leitor, sejam quais forem suas razões; assim como, não dá para entender a radicalização de algumas lideranças indígenas, que a soldo de certas organizações, querem partir para a ruptura de uma convivência que pode ser digna e respeitosa para todos.
Se não quiser chorar o leite derramado após a eclosão de conflitos étnicos em Roraima, os brasileiros devem dar cabo a ação dos radicais a serviço dos interesses alienígenas.

DEMORA
Apesar da gritaria em torno do assassinato, em Uiramutã, do indígena Aldo Mota, entre alguns políticos existe o pensamento de que a solução não será tão rápida. Durante a visita do ministro da Defesa, José Viegas Filho, àquele município, circulou a informação (não se sabe se verídica) de que o principal suspeito - que já prestou depoimento - foi preso por dois dias e solto. Tudo porque é indígena, oriundo da Guiana e veio para o Brasil após campanhas de ONGs para povoar a fronteira.

SANÇÃO
Para o deputado federal Rodolfo Pereira (PDT), a Funai implantou aqui um sistema de sanção econômica. A primeira medida foi acabar com a pecuária na região nordeste. Quando esta atividade foi extinta, surgiu a cultura do arroz irrigado. Agora que nosso arroz mostra resultados acima da média nacional, a Funai novamente quer expulsar os produtores das terras onde se encontram.

CAMPO
O deputado diz ainda, que, para completar, cercaram Pacaraima com arame farpado, como se a população estivesse em campo de concentração. "Além disso, a Funai impede o abastecimento de água da cidade e isso pode ser considerado como uma tentativa de extermínio da comunidade. É o fim da picada", comentou Rodolfo Pereira.

SOCIAL

Translado
* Na próxima semana, o corpo do indígena Aldo Mota, assassinado numa fazenda do município de Uiramutã, chegará de volta de Brasília a Roraima.
* De Boa Vista, será transladado para a comunidade de Maturuca, onde finalmente será sepultado.

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