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Bom dia,

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
07 de Fev de 2003

Se depender da opinião do secretário dos Direitos Humanos e do presidente da Funai, que ontem visitaram Roraima, não existe mais nada o que discutir quanto à questão indígena local. Seguindo na mesma direção do que pensam a igreja católica e os índios agrupados em torno do Conselho Indígena de Roraima (CIR), os dois graduados funcionários do governo Lula da Silva deixaram claro que o direito originário dos índios tem que ser respeitado; que não há mais nada a discutir e que as áreas pretendidas devem ser demarcadas em porção contínua e o mais urgente possível.
Os dois disseram algo mais ou menos assim, tanto na presença das lideranças indígenas quanto em conversas reservadas com autoridades estaduais. É uma postura muito parecida com a do governo Fernando Henrique Cardoso, que ao longo de oito anos empurrou para frente qualquer solução para o problema, porque não conseguiu encontrar um meio termo entre os compromissos políticos, numa sociedade democrática e seu núcleo de antropólogos que se recusaram ao debate.
Os dois graduados funcionários federais, os primeiros do atual governo a visitar Roraima, deveriam levar em conta que representam o Estado, que numa democracia deve agir no interesse geral, procurando costurar consensos entre as forças vivas da sociedade. Quem conhece o presidente da República garante que ele tem a exata noção do que representa, e tem consciência que numa sociedade complexa com a brasileira não é possível avançar sem a formação de consenso.

DESAFIA
O coronel Arnóbio Venício Bessa de Lima, comandante geral da Polícia Militar de Roraima, não gostou da notícia divulgada no site da Funai, onde se afirma que as polícias Civil e Militar do Estado estariam acobertando políticos "inimigos dos índios", envolvidos no assassinado do indígena Aldo Mota. Arnóbio desafia os autores da insinuação a mostrarem um único indício de que isso está ocorrendo.

FUNAI
Embora a notícia o assassinato do índio Aldo Mota tenha sido veiculada junto com as informações sobre a Assembléia Geral do Conselho Indígena de Roraima, não é possível atribuir sua autoria ao órgão formado por lideranças indígenas ligadas à igreja católica. A responsabilidade jurídica pela veiculação da nota é da Funai, uma instituição do Governo Federal, que deveria ser menos irresponsável. Arnóbio diz que vai processar os autores da insinuação.

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