VOLTAR

Biodiesel apresenta bons resultados em pesquisa

GM, Energia, p. A9
02 de Set de 2004

Biodiesel apresenta bons resultados em pesquisa

O Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel) da Universidade de São Paulo (USP) e o grupo PSA Peugeot Citroën apresentaram ontem em Brasília os primeiros resultados parciais obtidos com a utilização de uma mistura de biodiesel em dois veículos que já rodaram 100 mil quilômetros. Os carros, um Xsara Picasso e um Peugeot 206, rodaram 100 mil quilômetros pelo País movidos a B-30, combustível criado a partir da mistura de diesel com 30% de biodiesel proveniente de óleo de soja e álcool etílico. O programa do governo federal prevê uma mistura de 2% de biodiesel ao diesel a partir do ano que vem. Os dois veículos Peugeot e Citroën devem rodar mais 60 mil quilômetros.
Entre os resultados positivos apresentados na pesquisa ontem, estão a redução da emissão de poluentes, manutenção da potência e torque dos motores sem a constatação de problemas. O combustível vegetal foi desenvolvido em parceria com o grupo PSA Peugeot Citroën e enviado também para análise química na Europa.
O coordenador da pesquisa e do projeto biodiesel da USP, professor Miguel Dabdoub, afirmou que a emissão de gases poluentes foi reduzida em até 16% e os motores não apresentaram qualquer tipo de problema, além de manterem a potência e o torque como a verificada nos veículos movidos à gasolina.
De acordo com Dabdoub, os benefícios do biodiesel vão além da preservação do meio ambiente e da geração de empregos em áreas pouco desenvolvidas do País, como o semi-árido nordestino. Ele aponta a redução das importações de diesel e a satisfação do consumidor. Dependendo da oleaginosa escolhida, o País poderá gerar até 1,3 milhões de empregos, afirma Dabdoub. Para ele, o Brasil, que já detém a tecnologia do álcool combustível, tem grande potencial para o desenvolvimento do biodiesel. "O Brasil tem grande fartura de plantas oleaginosas, como a soja, babaçu, mamona, amendoim e até o pequi, usado na culinária", afirmou o pesquisador.
Dabdoub disse que futuramente o Brasil poderá exportar biodiesel, principalmente para países da comunidade européia, que tem grande interesse no aumento do uso de combustíveis renováveis em substituição aos fósseis. Segundo o chefe do departamento de combustível e química do grupo, Gérard Belot, os carros foram testados em Curitiba e Ribeirão Preto.

GM, 02/09/2004, Energia, p. A9

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.