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Aziz Ab´Saber sugere código da biodiversidade e não apenas florestal

SECT/AM - www.sect.am.gov.br
29 de Jul de 2010

A Amazônia veio à tona em mais um momento durante a 62ª. Reunião da SBPC. O homenageado da Reunião Anual, geógrafo Aziz Ab´Saber, defendeu, durante conferência ministrada no evento, a criação de um código da biodiversidade no lugar do atual Código Florestal, em discussão no Congresso.

Aziz Ab'Saber considerou que bastaria que todos os acadêmicos do Brasil estivessem, em bloco, a favor de uma legislação correta para a proteção dos ecossistemas brasileiros e seria possível barrar as pretensões do Congresso Nacional de mudar o Código Florestal Brasileiro permitindo que cada proprietário de terras na Amazônia derrube até 80% da floresta.

Perguntado sobre a força da academia para frear as pretensões do Congresso Nacional de mudar o Código Florestal Brasileiro Ab'Saber, ele informou ter se manifestado e fez referência ao artigo produzido para ser divulgado pela SBPC emitindo ao artigo escrito por ele e publicado na página da SBPC, no qual aponta seus principais argumentos contra alterações no código florestal. Nele, há críticas sobre a estadualização da legislação ambiental, a possibilidade de recuperação de áreas degradadas com vegetação homogênea e a tentativa de redução da área obrigatória de preservação.

O geógrafo defende a manutenção dos atuais percentuais de corte da floresta amazônica ao mesmo tempo em que propõe a elaboração de um Código da Biodiversidade ao invés de Código Florestal, considerando-se que o Brasil é formado por biomas diferentes - cerrado, caatinga, etc. - e não apenas por florestas.

Ele conclamou os estudantes brasileiros - grande maioria da platéia - a não permitirem que os ricos usem a Natureza apenas em proveito próprio. "Não dá para comparar o que querem para a Amazônia hoje com o passado, porque o nosso tempo é o tempo da ciência e do conhecimento. O Novo Código florestal tem que ser um Código abrangente, contemplar todos os ecossistemas", enfatizou.

Para Ab'Saber, os jovens precisam ter consciência da bioética, que exige que as pessoas cuidem do planeta. "Mas os ricos não querem saber disso, de bioética", afirma, "eles pensam em ganhar mais, em mais dinheiro". Ele é de opinião que todos devem proteger ao máximo os diferentes biomas naturais e expandir a noção de área de preservação para além das florestas. "Precisamos de um código da biodiversidade e não apenas florestal. Se não, como fica a caatinga, por exemplo?", questionou.

Aziz Ab Saber é geomorfologista, profundo conhecedor do Brasil e particularmente da Amazônia. Ao se reportar ao estado do Amazonas, referiu-se especialmente ao município de Barreirinha, onde realizou pesquisas. Falou do Paraná do Ramos e Maués lembrando que é a terra do Guaraná e completou dizendo que ainda falta alguém produzir uma tese sobre Barreirinha.

http://www.sect.am.gov.br/noticia.php?cod=3395

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