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Autoridades suspendem inspeção no Truaru

Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br
Autor: ANDREZZA TRAJANO
14 de Mai de 2009

Alegando questões de segurança, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Ministério Público Federal (MPF) não visitaram ontem o Projeto de Assentamento Nova Amazônia, a 90 quilômetros da Capital, como estava previsto.

A comitiva pretende conhecer a realidade dos reassentados remanescentes da terra indígena Raposa Serra do Sol e dos indígenas habitantes da comunidade Lago da Praia, ambos situados na gleba Murupu, na região do Truaru, do projeto de assentamento.

A visita servirá para subsidiar as autoridades com informações necessárias para pôr um fim à crise instalada na região. De um lado os reassentados temem que um novo território indígena seja criado no PA Nova Amazônia - devido à presença dos índios - e que mais uma vez tenham que ser retirados.

Do outro, os indígenas alegam que a região faz parte do território deles e a querem em sua totalidade. Já tramita inclusive um pedido da Funai em Brasília para ampliação da terra indígena Serra da Moça, existente ali próximo. A comunidade Lago da Praia seria de certa forma "uma futura extensão da reserva".

Outra reclamação das autoridades é com a conotação política que a situação está sendo conduzida. Para eles, algumas pessoas estariam utilizando as circunstâncias para tirar proveito.

A visita ao PA Nova Amazônia foi suspensa, mas deve ocorrer em outra data ainda não definida. "A inspeção tem que ocorrer porque ficou acordado com as duas partes que nós faríamos isso. Também para definirmos quais serão os marcos da região, ou seja, para dizermos até onde vão os assentamentos e onde fica a área pleiteada pela Funai para ampliação da reserva, evitando uma possível desintrusão como aconteceu com a Raposa Serra do Sol", explicou o procurador da República Leandro Antunes.

Depois da inspeção, indígenas e reassentados deverão firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelas autoridades.

A área em discussão tem 6,2 mil hectares. A proposta do Incra é rachar a terra em tamanhos iguais, beneficiando as partes. Ela já foi entregue dias atrás aos reassentados e indígenas onde consta, inclusive, um mapa exemplificando a sugestão.

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