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Aumenta tensão entre xavantes e posseiros

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: Keka Werneck
24 de Out de 2003

Aumentou a tensão entre índios xavantes, que estão voltando para sua terra original, e posseiros que ocupam hoje a fazenda Suiá Missu, no município de São Félix do Araguaia.

A Fundação Nacional do Índio (Funai), de Goiás, que está coordenando as ações na Suiá Missu, já tinha enviado uma missão com cinco técnicos, apoiados por três agentes da Polícia Federal (PF). Mas, segundo o administrador executivo regional do órgão, Edson Beiriz, outros quatro especialistas também seguiram para o local, ontem, na tentativa de evitar um enfrentamento.

Nos anos 60, em nome da expansão das fronteiras agrícolas do país, os xavantes foram retirados da Suiá Missu, que virou uma fazenda, em nome da empresa Agip Liquigaz. Eles foram levados para a Aldeia Água Branca, em Canarana, onde vivem cerca de 600 índios, desde então. Mas, na Eco-92, a terra foi devolvida aos xavantes, já estando demarcada e homologada.

No entanto, a fazenda hoje é ocupada pelo pretenso dono, Gilberto Rezende, e posseiros - cerca de mil famílias - que não aceitam sair da área.

Um grupo de 50 índios saíram da Aldeia Branca, para ir até a Suiá Missu, para verificar como está o local e a possibilidade de seu povo retornar à reserva de origem, o que seria um reencontro com a própria identidade.

Mas, segundo Beiriz, cerca de 150 posseiros os expulsaram da terra. Por isso, os xavantes estão à beira da rodovia, esperando o avanço das negociações. No entanto, "é grande a movimentação de posseiros no entorno deles".

O delegado da PF, Joaquim Mesquita, estuda a possibilidade mandar mais homens para a área, mas afirma que até agora nada de mais grave aconteceu.

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