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Audiência pública discute situação de índios que pedem esmolas nas ruas

Página20-Rio Branco-AC
Autor: Val Sales
09 de Jun de 2004

Deputados e representantes de instituições de defesa dos povos indígenas, incluindo o Ministério Público Federal, realizaram ontem de uma audiência pública na biblioteca da Assembléia Legislativa do Acre (Aleac). O tema em discussão foi a situação dos índios da tribo Jaminawa, que vivem dispersados de sua comunidade e pedem esmolas nas ruas da capital e em alguns municípios, como Brasiléia, Assis Brasil e Sena Madureira.

De acordo com o representante da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas, Francisco Pianko, o problema de dispersão dos índios dessa tribo já existe há cerca de dez anos. Segundo ele, algumas ações de planejamentos passados, voltadas para o auxílio desses povos acabou provocando a dependência de algumas famílias que já não conseguem se adaptar aos costumes e tradições das suas comunidades de origem. "A Secretaria tem trabalhado para estreitar os laços de confiança que facilitem a alto-sustentabilidade dos povos, além de uma política de desenvolvimento que garanta a independência dos mesmos e evite a evasão de suas áreas", explicou

O procurador da república Marcos Vinícius de Aguiar também acredita que a questão poderá ser resolvida a partir da criação de políticas públicas de integração das comunidades. "Isso requer o investimento financeiro por parte do governo federal e parcerias dos órgãos que atuam na área", lembrou. Ele disse ainda que é preciso que haja disponibilidade de equipes que passem um tempo nas aldeias ouvindo e sendo ouvidos.

Nesse sentido, a Secretaria do Índio vem realizando desde o início do ano um trabalho de conscientização, através de equipes que vão às aldeias acompanhadas de lideranças das próprias aldeias. "O objetivo é detectar formas de trabalhar os melhoramentos levando em conta os anseios e necessidades dessas comunidades", ressaltou. De acordo com Pianko, o programa de visitas se estende até 2006 e vai abranger todo o Estado. "A missão é preparar o Estado e as nações indígenas para uma relação estreitada onde seja mantido respeito à cultura de cada um", finalizou.

A audiência pública foi proposta pela deputada estadual Naluh Gouveia (PT), que no ano passado também intermediou um debate como esse. Durante o evento, ela falou de sua disponibilidade em buscar meios de resolver a questão e que a Assembléia Legislativa é o melhor instrumento de ligação com o público.

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