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Audiência pública discute situação de comunidade quilombola

A tarde http://atarde.uol.com.br/
28 de Fev de 2018

A discussão sobre a situação do conflito envolvendo a Marinha do Brasil e os moradores remanescentes do Quilombo Rio dos Macacos (Simões Filho, Grande Salvador), foi tema de audiência pública realizada, na tarde desta quarta-feira, 28, com a presença do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia.

No auditório da sede do Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA), na avenida Luiz Viana (Paralela), o evento contou com a presença também de representantes do Conselho Nacional de Direitos Humanos, da Defensoria Pública da Bahia, da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR), entre outros.

O comandante da Base Naval de Aratu, na ocasião, propôs que os 104 hectares demarcados para os quilombolas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fossem mantidos em um acordo.

Além disso, ao se referir ao acesso à agua, um dos motivos de conflito entre as partes, sugeriu que um portão seja instalado no muro que dividirá a área quilombola da área da Marinha.

Líder quilombola, Rosemeire Messias dos Santos, agredida por homens da Marinha em 2014, rejeitou a ideia, denunciando a violência contra os remanescentes: "A Marinha de Guerra do Brasil sabe o que acontece. Não podemos permitir esse portão com dois homens com fuzis para que jovens sejam espancados e mulheres sejam estupradas como acontece", afirmou, bastante aplaudida por um grande público presente no local.

Até o fechamento desta reportagem, A TARDE não conseguiu apurar o resultado das negociações, que prosseguiram pela tarde desta quarta.

Conflito

O conflito de Rio dos Macacos, tema até de documentário, se arrasta há décadas. A divisão das terras, invadida pela Marinha na Ditadura Militar, é o principal ponto da contenda.

No entanto, questões como a construção de uma entrada alternativa para os quilombolas, a melhoria das casas deles, o acesso à água e à luz elétrica também são discutidas nas negociações.

O caso, que tomou proporções nacionais, é repleto de episódios de violência já noticiados por A TARDE. Em um deles, com a presença do então chefe de gabinete do ministro da Defesa no quilombo, fuzileiros navais derrubaram casas quilombolas.

Em outro, Rosemeire Messias dos Santos e o irmão dela, Edinei Messias dos Santos, foram agredidos na entrada que, passando por dentro da Vila Militar, dá acesso ao quilombo.

As imagens, divulgadas pouco tempo depois, mostram as ações dos militares. Uma adolescente de 17 anos também já sofreu agressão de oficiais.

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