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Ativistas querem combater preconceito

Foha Web - http://www.folhabv.com.br/
Autor: Daniel do Valle
25 de Nov de 2010

Com o slogan "A Aids não tem preconceito, você também não deve ter", o Fórum de ONGs Aids de Roraima realiza o 1 Seminário de Combate à Aids Fobia do estado. O evento iniciou ontem, na sede da Associação de Luta pela Vida, e vai até a próxima terça-feira, com uma pausa durante o fim de semana. As doenças sexualmente transmissíveis, discriminação e preconceito estão entre os assuntos discutidos.

Segundo o presidente do Fórum de ONGs Aids do estado, Sebastião Diniz, a programação diversificada foi baseada nas demandas repassadas pelos grupos sociais em favor das lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (GLBT) e pelo governo do estado e município. "O evento é uma preparação para o Dia Mundial de Combate à Aids. A data é lembrada em todo o mundo no dia 1 de dezembro, mas em Boa Vista haverá uma manifestação no dia 30 deste mês, no Centro Cívico, em homenagem às vítimas do HIV", disse.

O seminário tem o apoio das secretarias municipal e estadual de Saúde e conta com o financiamento do Plano de Ação e Metas (PAM), além do apoio da iniciativa privada. Haverá palestra com o jornalista e membro da Comissão de Articulação dos Movimentos Sociais e Aids Léo Mendes, que abordará o pavor ainda presente na sociedade em relação aos portadores do HIV, além de prevenção, diagnóstico, assistência, pesquisa e trabalho comunitário.

O palestrante veio do Estado de Goiás e participará das atividades durante os cinco dias. "Roraima tem algumas características peculiares que devem receber atenção redobrada. É o caso da alta população indígena, que deve ser orientada sobre o uso do preservativo e prevenção, já que não tem o hábito de praticar sexo com segurança, além da questão das fronteiras, uma porta de entrada para soros positivos que vêm de outros países, onde o governo não oferece tratamento como no Brasil", alertou.

Léo Mendes frisou que o HIV não procura um grupo só e pode estar em todas as esferas sociais. "Por isso é importante a solidariedade. A doença não tem cura, mas hoje os portadores podem viver com uma boa qualidade de vida, graças ao avanço da medicina. O problema é o preconceito e a discriminação, que não acabam com remédio, mas permanecem entranhados na sociedade", frisou.

DISCRIMINAÇÃO E VIOLÊNCIA - Sebastião Diniz, que também é presidente do Grupo Diversidade, disse que somente este ano foram registrados mais de 60 casos de discriminação e violência física ou verbal contra as lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais do estado.

"Por isso, seminários como esse, palestras, congressos e as demais atividades de mobilização e conscientização são tão importantes para amenizar o preconceito. Aos poucos vamos conquistando respeito", disse.

Diniz explicou que as maiores vítimas da discriminação e violência são os travestis e os adolescentes gays, quando iniciam a vida sexual. "As profissionais do sexo, os portadores de HIV e os homossexuais do sexo masculino também são os que mais sofrem com a violência e o preconceito. Mas é preciso denunciar. Os casos podem ser relatados pelo telefone do nosso grupo: 3623 8392", orientou.

NÚMEROS - De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), a maioria dos casos de Aids em Roraima ocorre na faixa etária mais sexualmente ativa, entre 20 e 49 anos. Já em relação às notificações segundo a raça, a maior ocorrência é entre os brancos e pardos.

Infectados 2010

Total - 87

Homens - 48

Mulheres - 39

Infectados 2009

Total - 94

Homens- 62

Mulheres - 32

http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=98712

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