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Atentado em terras indígenas deixa crianças sem aula e destrói hospital, igreja e centro comunitário

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Thaís Brianezi
21 de Set de 2005

Trinta e cinco crianças indígenas sem aula, além de um hospital, uma igreja e um centro comunitários destruídos são o saldo dos estragos que o coordenador do Grupo Executivo do Conselho Gestor das Ações do Governo Federal em Roraima, Najib Lima, registrou na terça-feira (20) na aldeia Raposa Serra do Sul, na terra indígena Raposa Serra do Sol.

"O prédio da igreja foi o mais destruído, sobraram apenas as paredes. Ele era antigo, da década de 40. O hospital queimado é gerido por uma freira e estava sendo reformado com verba da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), cerca de R$ 80 mil", informou Najib, que estava acompanhado de uma comissão italina, com uma senadora e diversos jornalistas.

No último sábado (17) cerca de 150 homens, entre indígenas e não-indígenas, encapuzados e armados com revólveres, espingardas, facões e pedaços de pau invadiram e atearam fogo no hospital, na igreja, na escola e no Centro de Formação e Cultura da aldeia, que é uma antiga vila missionária católica (conhecida como Surumu).

O CIR - Conselho Indígena de Roraima acusa o vice-prefeito de Pacaraima, Anísio Pedrosa, e o vereador do município da aldeia Contão, Genivaldo Macuxi, de serem os "cabeças" do atentado. Ambos são ligados ao prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero, maior produtor de arroz da região. "A Polícia Federal já está trabalhando no caso e identificou suspeitos, mas não podemos nos pronunciar agora para não atrapalhar as investigações", declarou Najib.

O secretário estadual adjunto do Índio, Wilson Jordão, também repudiou as ações de vandalismo. "Nenhum governo concorda com isso, porque prejudica a democracia e o Estado de Direito. Mas a terra indígena é federal, foi o governo federal quem a homologou e é ele quem deve resolver a questão", afirmou.

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