VOLTAR

Ataque destrói canteiros de Belo Monte

OESP, Economia, p. B4
13 de Nov de 2012

Ataque destrói canteiros de Belo Monte
Depois de quebra-quebra, os cerca de 5 mil trabalhadores da usina decidiram fazer greve

FÁTIMA LESSA

Os três maiores e mais importantes canteiros da usina de Belo Monte, os sítios Belo Monte, Canais e Diques e Pimental, foram completamente destruídos e incendiados no fim de semana por trabalhadores, que estavam em campanha salarial. O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), que executa as obras civis da usina, em nota, confirma a depredação e informa que por motivo de segurança e para "preservar a integridade física" dos trabalhadores, as obras estariam paralisadas ontem. Sete pessoas ficaram feridas.
O clima é tenso. Policiais militares e da Força Nacional de Segurança estão no local para evitar mais danos e a destruição total dos canteiros. Helicópteros da polícia sobrevoam a cidade de Altamira. Policiais fazem patrulhamento na usina e nas ruas.
Ontem os cerca de 5 mil trabalhadores de Belo Monte decidiram cruzar os braços. Eles reclamam da falta de apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Pará (Sintrapav). Na sexta-feira, o sindicato foi expulso do canteiro junto com a equipe administrativa do Sitio Pimental. Esta é a quinta paralisação em Belo Monte, considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O quebra-quebra começou na sexta-feira, quando os trabalhadores foram informados que o aumento proposto pelo CCBM seria de 7%. Eles incendiaram quatro galpões do almoxarifado. No sábado, os protestos tomaram conta do canteiro de Pimental, que, de acordo com uma liderança dos trabalhadores, teve instalações e alojamentos destruídos. "Por volta das 16h, o Sintrapav foi ao Pimental e anunciou que havia fechado acordo com o CCBM. Em nenhum momento a proposta foi discutida com as bases, foi um acordo a portas fechadas entre sindicato e empresa, e os operários se revoltaram", disse o operário Emiliano de Oliveira.
Em nota, o CCBM disse que "em cada uma das frentes de obras grupos formados por aproximadamente 20 pessoas deram início a uma série de depredações". Segundo a empresa, "foram depredadas instalações de refeitórios, alojamentos, áreas de lazer, escritórios e oficinas".
De acordo com a nota, no Sítio Belo Monte, os trabalhadores teriam se apoderado "de caminhões e outros equipamentos", e também bloquearam a Rodovia Transamazônica, impedindo o acesso aos canteiros de obras e impossibilitando a retirada dos funcionários.

OESP, 13/11/2012, Economia, p. B4

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,ataque-destroi-canteiros-de…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.