ISA
06 de Fev de 2000
Povo defende política de preservação e apoio a propostas sustentáveis para o ecossistema.
Com o intuito de salvar o cerrado brasileiro, a Associação Xavante Warã lançou uma campanha nacional em prol de uma política nacional de conservação desse ecossistema, que apresenta somente 20% de sua área original preservada.
Por ser considerado local de produção de grãos para exportação, a Lei 49.141 autoriza o desmatamento de 80% do cerrado para plantio. Os Xavante acusam o uso ilegal do restante. Na Terra Indígena Sangradouro (Mato Grosso), 1.400 hectares já foram desmatados.
A cultura Xavante precisa do cerrado para sobreviver. A construção de suas casas, a realização de rituais e a obtenção de alimentos e de ervas dependem diretamente daquela vegetação. Segundo a Associação Warã, o Xavante depende do cerrado e o cerrado depende do Xavante.
Na opinião dos Xavante, para preservar o cerrado, é necessária a fiscalização eficaz daquelas terras protegidas por lei, das Reservas Ecológicas e Terras Indígenas. Eles também apoiam o desenvolvimento de projetos que garantam a reprodução de espécies e o respeito ao modo de vida de suas populações tradicionais. Os responsáveis pelo desmatamento das terras indígenas devem ser punidos e a população indígena indenizada por meio de projetos de manejo ambiental.
Na campanha, os Xavante reivindicam:
1) Uma política real de preservação que o governo federal, por meio de órgãos competentes, garanta a preservação de, no mínimo, 20% da vegetação nativa nas áreas de exploração econômica, que é o que estabelece a Lei. E que garanta a fiscalização constante das Reservas Ecológicas e das Terras indígenas contra o desmatamento. E ainda, no caso específico da Terra Indígena Sangradouro, que os responsáveis pelo desmatamento nas terras indígenas sejam punidos e a população indígena indenizada com projetos de manejo ambiental.
2) Apoio para as propostas sustentáveis das populações locais que o governo federal, por meio dos órgãos competentes, apoie o desenvolvimento de projetos que garantam a reprodução de espécies do cerrado e que respeitem o modo de vida das populações tradicionais que lá habitam.
Abaixo assinados estão circulando pelas principais universidades de São Paulo. Para adquirir a camiseta da campanha, ligue para (11) 263.3220.
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