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Assassinatos de Índios no Mato Grosso do Sul

O Progresso
17 de Jan de 2008

Este assunto por vezes vem à baila, sempre por ocasião da divulgação dos números frios e cruéis do genocídio indígena. Só aí e tão somente aí, é que eclodem as manifestações indignadas dos mais diversos setores da sociedade e do Governo. Aparentemente indignados, solfejam brados inconformados, produzindo as mais hilárias, não fosse trágico,
e estapafúrdias desculpas na tentativa de justificar seus centenários erros e omissões um a um, por sua vez, repetem o mais vergonhoso gesto, da humanidade protagonizada por Poncio Pilatos, após rebuscados discursos lavam as mãos. Os assassinatos dos Lideres indígena Gilson Valério Cacique hewé, Marçal de Souza (Tupãi), índios Marcos Veron -Terra indígena Taquara e Dorvalino Rocha - Terra indígena Nhanderu Marangatú, Churite Lopes 73 anos, Fazenda Madama, revelam a face mais cruel da realidade indígena vivida no Brasil, que vem se arrastando ao longo dos últimos 500 anos.
Para a Doutora Iara Tatiana Bonin, "nomes são marcas que nos individualizam, que nos identificam, e por isso é certamente mais fácil lidar com números, quando se trata de expor a violência. A morte parece menos contundente quando remetida ao campo da estatística. Mas os nomes falam, sussurram histórias pessoais, lembram pessoas que conhecemos, põem em evidência a humanidade e a materialidade das vidas que foram ROUBADAS. Ao lermos os casos de assassinatos noticiados pelos jornais, esses nomes já não nos são indiferentes, especialmente quando se descrevem as condições das mortes: espancamentos, corpos mutilados por inúmeras facadas ou tiros, enforcamentos, estupros seguidos de morte, uso de meios cruéis, assassinatos praticados diante de crianças, com participação de mulheres e adolescentes". Muitos facínoras grileiros se apossaram das terras indigenas como se devolutas fossem expulsando os nossos povos para dar lugar a formação de grandes latifúndios de criação de gado para engordar os europeus. Os anos se passaram e hoje muitos destes figuram nos anais de nossa história como valentes desbravadores enquanto nossos povos sofrem os infortúnios em verdadeiros guetos a que se transformaram as minúsculas reservas indigenas nos MS. Os povos indigenas estão ameaçados no MS, pelo confinamento de uma imensa população estimada em de 70.000, distribuídas em minúsculas áreas, que por sua vez é resultado de uma insaciável sede de produção, de lucratividade, de acumulação de bens que os torna cegos para as injustiças decorrentes do modelo de desenvolvimento. Mesmo com a
prescrição no artigo segundo da Lei federal no 6.001 de 19 de dezembro de 1973, os entes do executivo União Estados-membros e municípios, empurram os índios como se batatas quentes, bem assim também os organismos policiais, e, por fim também o judiciário.Art. 2o Cumpre à União, aos Estados e aos Municípios, bem como aos órgãos das
respectivas administrações indiretas, nos limites de sua competência, para a proteção das comunidades indígenas e a preservação dos seus direitos: e mais dez incisos disciplinam suas obrigações. A política pública governamental, ressalvada raríssimas exceções, apenas e tão somente, se presta à agasalhar apadrinhados políticos nas três
instancias.

Enquanto muitos índios formados às duras penas, com curso superior estão cortando cana sobre o sol escaldante nas usinas, os apadrinhados políticos semi-analfabetos, sem nenhum compromisso com a causa indígena posam de "especialistas em índios", nos gabinetes de ar refrigerado projetam ações totalmente divorciados da realidade de
nossos povos. Isto é uma vergonha! O paradigma de política pública indigenista em país é uma vergonha e não é o que queremos! Os nossos povos não querem continuar se lamentando sobre a invasão colonialista de 1.500, mas, queremos participar do desenvolvimento da nossa nação contribuindo com o Estado pensando, discutindo e elaborando a nossa
própria política Indígena governamental e, NÃO à indigenista que se presta a projetar-nos como se fossemos ratos de laboratório.

Encaminhamos solicitação à assembléia Legislativa, o Decreto Legislativo no. 407 de 24 de Maio de 2005, foi votado, aprovado e publicado no diário oficial do Estado em 30/05/2005. O Art. 1o do decreto diz: Fica o poder Executivo a criar no âmbito da Secretária de segurança Pública a Delegacia de Atendimento ao Índio. Até hoje ninguém se manifestou a respeito, como se segurança pública não fosse dever do estado, com a palavra o Sr. Governador do MS. A violência
entre índios tem aumentado! Solicitação ao Chefe do Poder Executivo Estadual, e ao Presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a criação e instalação de uma vara especializada para o julgamento das lides em que envolvam índios na comarca de Dourados. O pedido justifica, dado ao numero crescente de indígena nas encarcerados nas penitenciárias do Estado.

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