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Arrozeiros podem ser retirados de terra indígena à força, afirma administrador da Funai

Agência Brasil
Autor: Marco Antônio Soalheiro
02 de Abr de 2008

A operação para a retirada dos arrozeiros e agricultores não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, poderá ser realizada com o uso de força pela Polícia Federal (PF) e pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Entretanto, segundo informou hoje (2) o administrador executivo da Funai em Roraima, Gonçalo Teixeira, as autoridades federais na região ainda aguardam ordens de Brasília.

"A retirada está planejada, pode acontecer a qualquer momento, e nós vamos ter que acalmar os ânimos dos indígenas. a parte operacional da Funai está pronta para deflagrar a ação, mas uma decisão nesse sentido virá de Brasília."

De acordo com o administrador, a divisão entre grupos étnicos que vivem na Raposa Serra do Sol é "histórica" e foi utilizada pelos arrozeiros para ganhar a simpatia de parte da população indígena.

"Eles [arrozeiros] chamaram gente para ficar do lado deles por meio do dinheiro. Prometem coisas como carros e plantio nas comunidades", conta.

Ao defender a necessidade da saída dos arrozeiros da terra indígena, Teixeira rechaça críticas de políticos que dizem haver em Roraima terra indígena em excesso para a quantidade de índios.

"Temos em Roraima 50 mil índios aldeados. Como o índice de natalidade entre eles é altíssimo, daqui a dez anos as terras podem ser pequenas."

Segundo a Funai, existem atualmente cerca de 10 milhões de hectares de terras indígenas demarcadas em Roraima, que correspondem a 46,24% do total do estado.

Na área de 1,7 milhão de hectares da Raposa Serra do Sol vivem 18 mil índios. A divisão se reflete na existência de 16 associações representativas das comunidades.

As duas principais são o Conselho Indígena da Roraima, favorável à homologação da área, e a Sociedade dos Índios em Defesa de Roraima (Sodiur), aliada aos arrozeiros.

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