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Áreas do Rodoanel, em SP, levantam dilemas

Valor Econômico, Eu&Estilo, p. D4
16 de Out de 2014

Áreas do Rodoanel, em SP, levantam dilemas

Por Jacilio Saraiva | Para o Valor, de São Paulo

São Paulo e Rio de Janeiro vão ganhar novos parques e ampliações de espaços recém-criados. Em São Paulo, a construção do trecho Sul da Rodoanel previu a formação de um cinturão de proteção da Mata Atlântica, doado pela concessionária Dersa à prefeitura. Com isso, foram criados quatro parques - Itaim, Bororé, Varginha e Jaceguava - em uma área total de 1,4 mil hectares.
"Vamos criar um fundo municipal de parques, para a compra de terras", diz Fernando de Mello Franco, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano.
O novo Plano Diretor da cidade, aprovado em julho, inclui a criação do fundo para construir parques em áreas de interesse público, com recursos privados e do governo. Uma das ideias é que para cada real oferecido por cidadãos ou empresas, a prefeitura contribua com o mesmo valor. Também serão ampliadas as zonas de proteção ambiental (Zepams) para a construção de 164 novos parques públicos, que se juntarão aos 105 existentes. Mas por que inaugurar mais lotes se as unidades em funcionamento não têm dinheiro para se manter?
Segundo Franco, a luta pela terra também dá as caras no setor de parques. "Se o poder público não demarca logo uma área para preservação, pode perdê-la para outros fins." Ao mesmo tempo, o investimento não acaba quando o terreno é delimitado e aberto à visitação: a capacidade de gestão do espaço tem de ser tão boa quanto as paisagens do lugar. "Os parques do Rodoanel estão fechados desde maio, por falta de vigilantes e da morosidade para contratar pessoal", diz Leandro Caetano, diretor de conservação da secretaria do Verde e Meio Ambiente do município.
No Rio de Janeiro, o Parque Madureira, inaugurado há dois anos em um terreno de 103 mil m2 no bairro de mesmo nome, vai ganhar expansão de 3km de área linear. "É a terceira maior zona verde carioca, atrás do Aterro do Flamengo e da Quinta da Boa Vista", diz Ana Luiza Arrigoni, da secretaria municipal de Conservação.
Em 2012, ano de abertura do Madureira, que recebeu investimentos de R$ 100 milhões, os números do Sindicato da Habitação (Secovi) mostram que o valor do m2 de venda de imóveis usados subiu 30,6% na região, dobro do salto observado no Leblon (15,3%).
Para Lydia Ragoonanan, gestora da organização inglesa Rethinking Parks, responsável por cuidar de bosques não mantidos pela coroa britânica, os espaços precisam explorar novas atividades para sobreviver. As associações de amigos dos parques do país levantam, ao ano, 30 milhões de libras. "Um dos projetos mais recentes introduz fazendas de abelhas nos parques. Elas ajudarão a pagar parte das contas das áreas de lazer, com a produção de mel."

Valor Econômico, 16/10/2014, Eu&Estilo, p. D4

http://www.valor.com.br/cultura/3736756/areas-do-rodoanel-em-sp-levanta…

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