OESP, Economia, p. B3
02 de Fev de 2009
Área socioambiental também vai sofrer cortes
Andréa Vialli
As incertezas em 2009 começam a afetar os investimentos sociais e ambientais das empresas. Embora a maioria das companhias negue que estão efetuando cortes na área socioambiental - que nos últimos anos se tornou uma espécie de vitrine para as empresas - já há sinais de que a crise chegou também nesse campo.
Um exemplo é o Instituto Votorantim, braço de projetos sociais e culturais do grupo que atua em áreas como mineração, celulose e papel, cimentos e financeira. Em 2008 o Instituto investiu cerca de R$ 45 milhões em 150 projetos, a maioria voltado para educação e geração de emprego entre jovens. Para este ano, a entidade admite "ajustes" que devem significar corte entre 10% a 15%.
Célia Picon, diretora do Instituto, conta que os projetos na área de educação ficarão mais próximos do Ministério da Educação e será dada ênfase a programas que aumentem a empregabilidade de jovens na cadeia de negócios. Desde 2003, o projeto social do grupo formou 8 mil jovens entre 15 e 29 anos.
O Instituto Camargo Corrêa, ligado ao grupo empresarial, definiu um orçamento de R$ 14 milhões para a área social este ano. Segundo seu diretor-executivo, Francisco Azevedo, o valor é semelhante ao de 2008. "No primeiro momento vamos manter os investimentos, mas estamos atentos ao agravamento do cenário econômico", afirma.
Na Klabin, que atua no setor de celulose e papel - um dos mais atingidos - a estratégia será manter as melhorias na gestão ambiental, com investimentos de R$ 42 milhões este ano, diz Júlio Batista Nogueira, gerente ambiental da Klabin. Os projetos sociais da empresa, no entanto, estão sendo definidos.
Na avaliação de Marcos Kisil, diretor do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), a crise afetará, sim, os investimentos sociais das empresas. " As companhias que perderam dinheiro com derivativos já estão cortando a gordura."
OESP, 02/02/2009, Economia, p. B3
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