Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia-Belém-PA
Autor: André Mugiatti
03 de Set de 2002
O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou hoje em Johanesburgo, durante a conferência Rio+10, o programa Arpa (Áreas Protegidas na Amazônia) que deveáa triplicar as áreas de conservação na região amazônica nos próximos 10 anos. Para isso, serão investidos US$ 395 milhões, provenientes do GEF (Global Environment Facility), do Banco Mundial, da ONG WWF e de diversos outros parceiros.
A área protegida na Amazônia deverá ser ampliada para 500 mil km2, ou 12% do seu total, incluindo trechos de todas as 23 diferentes ecorregiões e beneficiando diversas comunidades locais. Essa área é equivalente a todo o Reino Unido.
O dinheiro deverá ser utilizado na identificação e demarcação das áreas, bem como na consolidação de áreas protegidas já existentes. Haverá a contratação de funcionários para trabalhar nessas áreas, instalação de equipamentos para receber turistas, adoção de planos de gestão e implantação de projetos extrativistas (onde for o caso), entre diversas outras atividades.
Compareceram à cerimônia o administrador do GEF, Muhamed El-Ashry, o presidente do Banco Mundial, James Wolfenson, o presidente do WWF, Claude Martin, a secretária de coordenção da Amazônia, Mary Allegretti, o presidente da Câmara, Aécio Neves e o presidente do senado, Rames Tabet, e o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, entre outros.
"O nosso compromisso com a conservação da floresta na Amazônia não é mais uma promessa. Ao combinar esforços com outros parceiros para implementar o programa Arpa, o Brasil está dando um exemplo de conciliação entre o meio ambiente e as prioridades sociais", disse o presidente.
A primeira fase do programa deverá consumir US$ 81,5 milhões, nos próximos quatro anos. O governo brasileiro contribui com US$ 18,1 milhões; US$ 30 milhões virão do fundo recém aprovado pelo GEF; US$ 16,5 milhões do WWF; US$ 14,4 milhões da agência de desenvolvimento internacional alemã KfW; e US$ 2,5 milhões de outros doadores.
"A Amazônia é um tesouro de biodiversidade", disse Mohamed El-Ashry. "Ela é tambem a maior fonte de água do Brasil e da região. Este programa é importante para o povo brasileiro, mas também para todo o mundo", afirmou.
James Wolfenson cumprimentou o presidente brasileiro pela iniciativa. "Salvar as florestas tropicais é essencial para o desenvolvimento sustentável e nós precisamos aumentar nossos esforços para atingir um nível sem precedentes", afirmou. Após a cerimônia, o presidente Fernando Henrique e sua comitiva seguiram para o aeroporto, de onde embaracariam de volta para o Brasil.
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