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Aracruz e Stora Enso podem estender parceria

GM, Industria , p. C2
28 de Set de 2005

Aracruz e Stora Enso podem estender parceria
Empresas inauguram a Veracel com expectativa de produzir 450 mil toneladas este ano.

Os negócios no Brasil entre a Aracruz e a sueco-finlandesa Stora Enso poderão se ampliar. Na véspera da inauguração oficial da Veracel, joint venture formada a partir das duas gigantes do setor de celulose, o diretor-presidente da Aracruz, Carlos Aguiar, não descartou a possibilidade de formação de mais uma parceria para construção de uma nova fábrica.
Na última segunda-feira, o presidente mundial da Stora Enso, Jukka Härmälä, anunciou que o grupo europeu pretende construir uma nova fábrica de celulose e de papel no País, provavelmente no Rio Grande do Sul, onde possui plantações de eucaliptos e pinos. "Não há conversas em andamento com a Stora Enso sobre o assunto, mas como somos bons parceiros na Veracel, na Bahia, também poderemos ser bons parceiros lá no Rio Grande do Sul. Se formos convidados, vamos avaliar", disse Aguiar.De acordo com o executivo, caso a parceria com a Stora Enso seja fechada, esta não será impedimento para a Aracruz tocar paralelamente projetos próprios de expansão.
A parceria entre os grupos tem rendido números confortáveis para ambas as partes. Superando as expectativas iniciais, a Veracel - localizada no município baiano de Eunápolis - deve fechar o ano com produção de 450 mil toneladas de celulose. O desempenho é quase 36% maior do que o estimado no início das operações, em maio deste ano. "Tivemos um start da produção melhor que o esperado", explicou o diretor-presidente da Veracel, Renato Guéron.
O grande desafio da Veracel é ser uma das unidades mais competitivas e econômicas do mundo na fabricação de celulose. De acordo com o gerente de Recuperação e Utilidades da empresa, Ari Medeiros, a meta da companhia é atingir um custo de produção de US$ 235 por tonelada, quando a média mundial é de US$ 300. Boa parte da economia virá do corte de custos na logística.
"Cerca de 50% do custo da produção é proveniente da madeira do eucalipto, que, por sua vez, tem aproximadamente 50% de seu custo na logística. Na Veracel este custo é menor porque as plantações estão a um raio de 45 quilômetros da fábrica. A média internacional é de uma distância de 300 quilômetros", explicou o gerente. Soma-se a este fator a tecnologia aplicada no processo, que permite maior aproveitamento dos insumos.
Guéron ressalta que a empresa deverá alcançar a média desejada de produção, de 2,5 mil toneladas, em novembro e seu pico de produção, de 3 mil toneladas, no final do ano que vem. Na avaliação do diretor-presidente da Veracel, o mercado de celulose deve se manter estável no próximo ano, com as forças de demanda e oferta equilibradas. A Veracel trabalha com crescimento do setor para 2006 da ordem de 3% a 4%.
Assentamento
A inauguração oficial da fábrica hoje deverá contar com a participação do presidente Lula, que aproveitará a ocasião para assentar um acampamento de sem-terras, que em abril do ano passado invadiu parte das terras da empresa.

Venda de energia
A celulose não será o único negócio a ser explorado pela Veracel, a energia elétrica também entrará na carteira de ativos da empresa. O novo nicho virá da venda do excedente da produção de energia da termelétrica da companhia, que tem capacidade para gerar 100 megawatts (MW).
O gerente de Recuperação e Utilidades da Veracel, Ari Medeiros, explicou que o consumo da companhia é de aproximadamente 65 MW. Atualmente, o restante da produção é vendida na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Parte, cerca de 15 MW, vai para a empresa sueca Eka, também em Eunápolis, que produz produtos químicos para a própria Veracel. A venda, no entanto, é realizada por meio de uma terceira empresa que opera no mercado de energia, já que a Veracel só tem autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para ser produtora e não para comercializar a commodity.
A estimativa da Veracel é de que a partir de outubro a venda já seja feita pela própria joint venture. "Pedimos a autorização junto à Aneel. Desta maneira poderemos fazer negócio diretamente com a Eka e com os demais interessados", disse o gerente.

GM, 28/09/2005, Industria, p. C2

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