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Aquecimento global vai afetar Forças Armadas

Valor Econômico, Internacional, p. A9
Autor: CHIARETTI, Daniela; SALES, Robson
05 de Nov de 2015

Aquecimento global vai afetar Forças Armadas

Por Daniela Chiaretti e Robson Sales

A mudança climática deve exigir alterações nos investimentos das Forças Armadas em diferentes países e colocar os militares em alerta para atuar mais vezes em desastres ambientais. Essa foi a mensagem dada por especialistas dos ministérios da Defesa brasileiro e francês, que participaram ontem de um debate organizado pela União Europeia, em parceria com o WWF e o Planetário do Rio de Janeiro, no evento "UE-Brasil Clima".
A geopolítica internacional pode ser impactada de outra forma. "Os desastres ambientais sempre iniciaram muitas guerras ao longo da nossa história", afirmou Christophe Paillard, representante do Ministério da Defesa da França. "As mudanças climáticas se tornam cada vez mais um assunto de segurança nacional", acrescentou.
Dentro do governo francês, segundo Paillard, há um centro de estudos que colhe informações e tenta antecipar quais podem ser os conflitos futuros no mundo. Analisam também gastos militares e como poderiam fazer com que as Forças Armadas fossem mais sustentáveis.
Na região do Ártico, o aquecimento global derrete geleiras e eleva a tensão bélica. De acordo com Urmas Paet, representante da Estônia no Parlamento Europeu, conflitos e batalhas territoriais começam a aumentar na região, que antes era pacífica. "Os Estados da região estão cada vez mais nervosos", disse Paet.
O brasileiro Sérgio Segovia, da Marinha, acredita que a mudança do clima vai exigir mais treinamento dos militares para agir em caso de danos ambientais. "A Defesa não está dissociada das demais políticas públicas e sociais", completou.
Um dos grandes desafios, destacou Segovia, é "adequar as estruturas de apoio e transportes das Forças Armadas a um aumento significativo dos eventos climáticos extremos".
Outro painel discutiu urbanização e mudança do clima. Markus Tomaselli, arquiteto da Universidade de Viena, deu um alerta: "Temos que mudar o jeito que vemos as cidades".
"Um bom plano de mobilidade urbana pode resultar em melhoria ambiental nas cidades", disse Fernando Araldi, do Ministério das Cidades. "Melhora na gestão produz eficiência energética." A necessidade de adaptação é urgente. "Como uma cidade responde a eventos extremos? As cidades não podem parar quando há chuvas intensas."

Valor Econômico, 05/11/2015, Internacional, p. A9

http://www.valor.com.br/internacional/4302054/aquecimento-global-vai-af…

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