A Crítica (AM) - http://acritica.uol.com.br/
Autor: Elaíze Farias
14 de Nov de 2011
A procuradora da república Gisele Dias de Oliveira Cunha elaborou documento que pede da presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) o atendimento das reivindicações dos indígenas da região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte (a 1.136 quilômetros de Manaus).
Gisele é lotada na Ministério Público Federal em Tabatinga, vizinho de Atalaia do Norte. No documento, enviado aos cuidados de Márcio Meira, titular da Funai, ela pede que as reivindicações sejam atendidas em dez dias.
Nesta segunda-feira (14), Gisele se reuniu com lideranças indígenas que ocupam desde a semana passada a sede do escritório da Funai em Atalaia do Norte. Após a reunião, os indígenas decidiram permanecer no prédio, por tempo indeterminado.
Clóvis Rufino, uma das lideranças do movimento e pertencente à etnia marubo, reiterou as duas principais exigências dos indígenas do Vale do Javari: a criação da Coordenação Regional do Vale do Javari, que foi desativada com a reestruturação promovida pela Funai em 2009, e a saída do coordenaador Bruno Pereira, que ingressou no cargo após passar no último concurso mas sua administração vem sendo questionada pelos indígenas.
Com a reestruturação, os povos indígenas do Vale do Javari são subordinados à Coordenação Regional do Juruá.
Em nota oficial, representantes de várias organizações do Vale do Javari afirmam que Bruno não possui "mínimo conhecimento da questão indígena, antropológica e muito menos a realidade da região, para cuidar a demanda da segunda maior terra indígena do país, com problemas de sua população indígena seriamente comprometida".
Sobre a reestruturação, a nota diz que a Funai não teve consideração pelas representações indígenas que vem ao longo dos 40 lutando pela permanência da administração especifica para o Vale do Javari por ali existir povos com diversidades étnicas e culturais.
Na região do Vale do Javari, no Amazonas, considerada umas das mais isoladas do país, vivem indígenas das etnias marubo, mayoruna, matis, kanamari, kulina, korubo e outros povos ainda sem identificação pelo não-indigena.
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