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Após intervenção da PF, funcionários de pousada deixam a área de conflito

Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: ALINE CHAGAS
15 de Ago de 2005

Um estudo antropológico vai definir quem tem razão na briga, se índios ou o dono da pousada Jurumé

Dois funcionários da pousada Jurumé que estavam na área de conflito na divida do Mato Grosso com o Amazonas conseguiram sair do local na última sexta-feira, após a intervenção da Polícia Federal. Quatro funcionários estavam na pousada no momento em que a equipe de mediação chegou, mas dois decidiram permanecer para cuidar do local. As outras cinco pessoas haviam saído da área há algum tempo pelo Rio Juruena. Os índios apiacás deixaram o área da pousada (que fica no Amazonas) e estão apenas na parte mato-grossense do território em conflito.

Os índios insistem em permanecer no local, alegando que as terras eram de tribos isoladas. A saída dos funcionários e liberação da área da pousada só foram possível graças a um acordo entre a Polícia Federal e os índios. Ficou estabelecido que será solicitado um estudo antropológico da Funai para comprovar se as terras são indígenas ou de Ari Carneiro, atual proprietário.

O delegado da Polícia Federal Dennis Cali contou que os policiais federais encontraram os índios calmos e fora da parte amazonense da propriedade de Ari. Segundo ele, os funcionários estavam bem e não se encontravam em situação de reféns, como apontavam as primeiras informações sobre o caso.

"Os índios entendem que aquela parte (a de Mato Grosso, onde está a fazenda Jurumé e a pista de pouso) teria sido de índios isolados. Ari Carneiro entende que as terras são dele. Então, ficará a cargo da Justiça decidir a quem pertence", comentou Dennis.

Dennis disse que não havia sinais de depredação e que os índios só foram na pousada duas vezes, no dia da invasão e no meio da semana, para buscar o rádio da pousada, porque o deles havia estragado. Para Dennis, somente depois que o grupo de estudo encerrar os trabalhos será possível definir a situação da fazenda.

"Os índios se comprometeram a sair de lá se os estudos apontarem que as terras não são indígenas. Caso contrário, permanecerão para construir nova aldeia", informou o delegado.

O empresário Ari Carneiro não ficou satisfeito com o acordo feito na sexta-feira, e entrou ontem com um pedido de liminar para a saída dos índios apiacás da pista de pouso da fazenda. Carneiro disse que outros funcionários foram para a fazenda ontem, com o objetivo de cuidar dos bens que estão no imóvel.

Ainda não há previsão para o início dos trabalhos do grupo. De acordo com o técnico da Funai de Colíder, Luís Carlos da Silva Sampaio, os índios afirmam que não desistirão daquela parte da área.

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