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Apoio aos povos indígenas

Página 20-Rio Branco-AC
04 de Mar de 2006

Governo celebra convênios que beneficiam Casa do Índio e Opin

O Governo do Acre celebrou na manhã desta sexta-feira dois convênios de R$ 277 mil destinados à conclusão da reforma da Casa do Índio e para estruturação e atividades gerais da Organização dos Povos Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia (Opin). Para a Casa do Índio, unidade hospitalar que atende a praticamente todas as comunidades indígenas do Acre, estão sendo repassados R$ 92 mil e para a Opin, R$ 185 mil.
A Casa do Índio passa por uma reforma, mas, de acordo com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), os recursos federais não foram suficientes para concluí-la. "Essa ajuda do governo do Estado foi fundamental. O governador Jorge Viana foi muito sensível ao repassar esses recursos", comemorou Gleice Maia, superintendente-adjunta da Funasa, que assinou o convênio. Assim, segundo ela, o término das obras está garantido. "O novo prédio irá proporcionar um atendimento com mais dignidade para as comunidades que buscam pelo serviço da Casa", completou Gleice.
O presidente da Opin, Manoel Kaxinawá, fez um relato do processo de criação da entidade, que reúne cerca de 400 líderes indígenas do Acre e de parte dos Estados do Amazonas e Rondônia, e anunciou um amplo trabalho de base para o fortalecimento da causa indígena, através de projetos de desenvolvimento das comunidades. "Depois de um tempo de dificuldades, só temos a agradecer ao governo", disse Manoel.
O secretário dos Povos Indígenas, Francisco Pinhanta, disse que o Estado vem colaborando muito com as comunidades em todas as áreas. "Muita coisa tem sido feita", disse o secretário.
Demarcação - O governador Jorge Viana anunciou o esforço da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério da Justiça no sentido de promover o mais rapidamente possível a demarcação das terras indígenas no Acre. "A demarcação é para que os índios não precisem da cidade", disse ele, citando como problema o deslocamento desde as aldeias até as cidades para receber o seguro social - uma situação desnecessária se as comunidades estiverem estruturadas.
O superintendente regional da Funai, Antônio Apurinã, ressaltou a importância dos convênios e da ação do Estado na causa indígena. "Demonstra que temos um governo preocupado com os povos indígenas", disse Apurinã, para quem a demarcação das terras é o instrumento mais importante para a soberania dos índios no Acre e em todo o País.
Unir forças - O movimento indígena passou por momentos difíceis nos últimos dois anos, lembrou o governador Jorge Viana. No entanto, segundo ele, o atual momento é de unir forças entre as instituições envolvidas com a causa indígena. "Agora é hora de trabalharmos juntos. Temos de somar forças", disse o governador. O resultado da parceria entre Governo e instituições tem de refletir nas aldeias. "O bom resultado não tem que ser aqui em Rio Branco mas nas aldeias, nas comunidades". Uma das ações mais importantes do Estado nas tribos é, de acordo com Viana, a educação. Através de convênio com o Governo, a ong Comissão Pró-Índio desenvolve um projeto educacional de longo alcance nas aldeias.

"Os índios precisam de amigos, não de gerentes", dizem Magalhães e Diniz

Os deputados Edvaldo Magalhães e Moisés Diniz, ativista da causa indígena, são unânimes em reconhecer que os índios precisam de amigos e não de pessoas que ajam como se fossem os gerenciadores de suas vidas. "Temos de ser amigos, não gerentes", concordam os parlamentares, ambos do PC do B.
"Uma segunda questão que tem de ser ressaltada é o antes e depois do governo do Jorge e da Frente Popular. Antes, os companheiros indígenas tinham de atravessar o mar para encontrar amigos que poderiam ajuda-los. Depois do Jorge e da FPA, o jogo mudou: eu presenciei o Jorge nas aldeias, nas cabeceiras dos rios. Mas conheço vereador que nunca foi numa aldeia", criticou Diniz.
Para Magalhães, líder do Governo na Assembléia Legislativa, o aspecto mais importante do trabalho conjunto entre governo e organizações indígenas é a definição do projeto de desenvolvimento econômico das comunidades.
Em seu pronunciamento, o governador Jorge Viana concordou que haviam tempos em que os índios do Acre tinham de atravessar o oceano para recorrer a uma organização quando precisavam de apoio.

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