Coiab-Manaus-AM
17 de Nov de 2003
A presença de turistas que invadem lugares tradicionais, levando objetos de valor arqueológico e mostras da flora; o avanço do perímetro urbano sobre a terra indígena, provocando desmatamento e poluição de igarapés por lixo hospitalar e doméstico; a provocação de queimadas que levam à extinção de animais silvestres e plantas medicinais; a mecanização da agricultura que traz consigo pragas, em detrimento da agricultura tradicional; o furto de cavalos selvagens; a pesca e caça ilegal, inclusive de animais domésticos das comunidades. São esses alguns dos problemas que os invasores provocam na terra indígena São Marcos, em Roraima, segundo levantamento da Associação dos Povos Indígenas do Estado de Roraima (Apirr).
A Apirr denuncia todos esses fatos como de grave repercussão sobre o modo de vida tradicional das comunidades indígenas de Roraima. O levantamento da organização assinala também que a BR-174, em oito anos de asfalto, já causou a morte de sete indígenas sem que a justiça tenha tomado alguma providência. Veículos de pequeno e grande porte transitam na rodovia em alta velocidade, acidentando e matando, além de pessoas, animais silvestres. A Br, segunda o Apirr, propicia ainda a prática do contrabando de combustível e o tráfico de menores brasileiras para a República de Venezuela.
As denúncias da Apirr revelam que não é suficiente que as terras indígenas estejam demarcadas, se não houver, por parte do governo, uma política efetiva de proteção e vigilância das terras indígenas.
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