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Apesar das chuvas, nível do Cantareira cai

JT, Cidade, p. A8
18 de Nov de 2003

Apesar das chuvas, nível do Cantareira cai

Apesar de ter recebido 41,4 milímetros de chuva de sexta-feira até a madrugada de ontem, o nível do Sistema Cantareira caiu 0,4 ponto porcentual no período. Ontem, seu nível de armazenamento de água encontrava-se na marca de 2,5%, o mais baixo desde 1973, quando entrou em operação. Apesar disso, o rodízio continua indefinido.
Além do Cantareira, outro sistema que preocupa os técnicos da Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) é do Alto Tietê. Ontem, seu nível era de 19,9%. Já o Guarapiranga está com 21,2% de sua capacidade. Em 2000, quando o seu nível chegou a 19,2%, a Sabesp determinou racionamento para 3,4 milhões de pessoas.
Na esperança de reverter essa situação, a Sabesp recorreu à produção de chuvas artificiais: um avião monomotor, transportando 300 litros de água, sobrevoa nuvens escolhidas pelo radar. "Uma nuvem é formada por quantidades gigantescas de gotículas microscópicas de água, que, muito leves, flutuam no ar mantidas por correntes aéreas ascendentes", explica Takeshi Imai, da Rain Makers, empresa contratada pela Sabesp para produzir as chuvas artificiais.
A cada litro de água que o avião lança sobre a nuvem, pode chover sobre as represas e suas bacias hidrográficas o equivalente a 15 - e a até 45 - caminhões carregados de água. "Do dia 9 de outubro até o último domingo, provocamos queda de chuvas equivalente a 800 mil caminhões-pipa no Sistema Cantareira", revelou Imai.
Vendaval derruba árvores
Fortes rajadas de vento derrubaram ontem à tarde uma árvore na esquina das Ruas Padre Manuel da Nóbrega e Tutóia, no Paraíso. A queda rompeu cabos elétricos da Eletropaulo e o fornecimento de energia foi suspenso em trechos da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, das Alamedas Santos e Joaquim Eugênio de Lima, e das Ruas Fernão Cardim, Oscar Porto e dos Franceses. A Eletropaulo enviou três equipes ao local e o fornecimento foi restabelecido depois das 18h.
Um outro acidente, que parou o trânsito da Ponte João Dias até a Ponte do Morumbi de manhã, envolveu um ônibus da Viação Cooperauto, um microônibus da Viação Campo Belo e um caminhão. Um dos passageiros do microônibus ficou com as duas pernas presas às ferragens. Há risco de ele ficar paraplégico. Ele foi levado ao pronto-socorro da Santa Casa de Santo Amaro. Até as 19h de ontem, não havia mais informações sobre seu estado de saúde. A maioria das vítimas (17 pessoas) foi encaminhada ao PS do Hospital do Campo Limpo.
Além disso, as chuvas provocaram 21 pontos de alagamento nos principais corredores da cidade, fazendo o congestionamento atingir 88 quilômetros, às 17h - 51 a mais do que o verificado há uma semana. Às 19h, ocorreu o pico da noite, com 109 km, a média no horário é de 92 km.
Os principais pontos de lentidão estavam nas Marginais Tietê, principalmente no sentido Rodovia Ayrton Sentia, e Pinheiros,
O mesmo aconteceu na Radial Leste e no eixo norte-sul, formado pelas Avenidas Santos Dumont, Tiradentes, 23 de Maio, Rubem Berta e Washington Luís.
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergência, as chuvas começaram às 14h na região de Perus, se estendendo depois com maior intensidade, pelo restante da cidade. Às 17h30 parou de chover. O tempo deve permanecer instável até quinta-feira.

JT, 18/11/2003, Cidade, p. A8

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