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Anvisa interdita 500 mil litros de agrotóxicos irregulares da Dow

OESP, Vida, p. A26
12 de Jun de 2010

Anvisa interdita 500 mil litros de agrotóxicos irregulares da Dow
Produtos tinham datas de fabricação e validade adulteradas e rotulagem inadequada; multa pode chegar a R$ 1,5 milhão

Andrea Vialli

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou mais de 500 mil litros de agrotóxicos irregulares nas fábricas da empresa americana Dow AgroSciences em Franco da Rocha e Jacareí (SP). Inadequações em relação às normas de produção e prazo de validade dos agrotóxicos motivaram a ação.
O caso mais problemático foi do herbicida Tordon, utilizado no cultivo de arroz. A Anvisa constatou que o químico não possuía controle de impureza e sua rotulagem induzia os agricultores ao erro quanto ao seu nível de toxicidade. Além disso, embalagens de 50 litros do agrotóxico estavam vazando, colocando em risco os agricultores que manuseiam o produto.
As irregularidades foram constatadas durante a fiscalização feita nesta semana nas duas fábricas da empresa em São Paulo.
A Anvisa também interditou cerca de 15 mil quilos do agrotóxico Mancozeb 80%NT, que estava sem identificação de lote ou de fabricação. Também foram interditados os produtos 2,4-D técnico, Aminopiralid Técnico e Versene. Nesses casos, os produtos estavam com datas de fabricação e de validade adulteradas. "São irregularidades que não podem ocorrer, pois estamos falando de venenos", afirma Dirceu Barbano, presidente em exercício da Anvisa.
A empresa recebeu cinco autos de infração e terá 90 dias para regularizar a situação. Pode ser multada em até R$ 1,5 milhão.
Em nota, a Dow afirma que "vem trabalhando para esclarecer eventuais aspectos técnicos levantados pela Anvisa" e minimiza os impactos das irregularidades à saúde e ao ambiente. "Os pontos discutidos não comprometem de forma alguma a segurança de nossos colaboradores e usuários nem a efetividade dos produtos. Tampouco acarretam fatores de risco ao meio ambiente", completa.

Texto sobre o clima fica desequilibrado

Afra Balazina

O texto apresentado na reunião climática da ONU em Bonn que poderia servir de base para as negociações de um novo acordo para combater o aquecimento global desagradou tanto aos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, quanto aos países industrializados, como os Estados Unidos. O evento, que ocorre seis meses após o fracasso de Copenhague, não terminou de forma animadora.
Segundo o negociador-chefe brasileiro, Luiz Machado, o texto ficou desequilibrado, pois a versão final retirou as principais referências ao Protocolo de Kyoto. A continuidade do tratado - que determina metas de corte de gases-estufa para países desenvolvidos - é considerada essencial pelos países em desenvolvimento. "O texto precisa ser aperfeiçoado."
Os Estados Unidos também chamaram o texto de "desbalanceado". E voltaram a ressaltar que não aceitam nada que remeta a Kyoto, já que o país não ratificou o protocolo. "Dessa forma, não há mais Protocolo de Kyoto", enfatizou o embaixador boliviano, Pablo Solon. Após as críticas, o texto deve voltar para a mesa de negociação em agosto.

OESP, 12/06/2010, Vida, p. A26

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100612/not_imp565403,0.php

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