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Antropólogo defende anexação

Agência de Notícias-Florianópolis-SC
27 de Nov de 1998

A possibilidade de incluir a reserva biológica do Sassafrás na área da reserva indígena xoclengue de Duque de Caxias, em José Boiteux, provocou reações antagônicas entre estudiosos e autoridades envolvidas no assunto. O diretor-geral da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma), Vladimir Ortiz, não quis se manifestar oficialmente sobre o assunto, mas pessoalmente acredita que o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deveria escolher outra área. A Fatma é responsável pela reserva biológica. O antropólogo Sílvio Coelho dos Santos discorda. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que estuda a situação dos xoclengue desde 1965, entende que os índios têm direito histórico à área que agora reivindicam. "O fato é que toda a área do Alto Vale do Itajaí é o último reduto dos xoclengue, que de nômades e caçadores foram empurrados para ali", diz o antropólogo. Conforme o professor, os problemas, que já eram grandes, foram acentuados com a construção da Barragem Norte. Coelho diz que a preservação da área depende de protocolo firmado com os índios, com o comprometimento de que haverá cuidado com a área, uma das últimas de preservação da espécie. Conforme o antropólogo, "todo mundo sabe que várias destilarias aproveitam o óleo de sassafrás". "A iniciativa de preservar não pode prejudicar os índios." A reserva do Sassafrás foi criada em fevereiro de 1977. É dividida em duas áreas, uma com 3,8 mil hectares, no município de Doutor Pedrinho, e outra com 1,3 mil hectares, em Benedito Novo. A reserva ganhou esse nome por ser o habitat da canela sassafrás (Ocotea pretiosa), uma espécie ameaçada de extinção. A área maior está mais preservada. Apenas pesquisadores têm acesso à reserva. Como a Fatma tomou conhecimento da proposta dos índios através da imprensa, o diretor-geral preferiu não se manifestar oficialmente. Mas a assessoria informou que há um mês já foi mandada para a Funai a documentação com os limites, localização e decretos de tombamento da reserva.

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