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Antropólogo de Mogi morre no Amazonas

O Popular, Cidade, p. A4
06 de Ago de 2011

Antropólogo de Mogi morre no Amazonas

Ivana Paula Moreti Mota

O antropólogo mogimiriano André Luiz Martini, de 31 anos, morreu no mês passado, em São Gabriel da Cachoeira, no Alto do Rio Negro, no Estado do Amazonas.

Filho de Sonia Maria Moretto e Miguel Leandro Martini, André era formado em Ciências Sociais e Mestre em Antropologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Em 2008 passou a integrar o quadro funcional do ISA (Instituto Socioambiental) tornando-se uma referência do Programa Rio Negro voltado para as associações indígenas do Alto Rio Uaupés, na fronteira Brasil-Colômbia.

O trabalho desenvolvido por ele junto ao povo indígena seguia uma vocação revelada ainda na infância. "Ele sempre teve como objetivo ajudar as pessoas. Desde ainda novo colocava essa vontade para mim", lembra Sonia.

Esse desejo foi concretizado ao formar-se em Ciências Sociais e ao iniciar o trabalho junto à ONG (Organização Não-Governamental) ISA. "Ele viajava sempre. Ficava 30, 40 dias fora e depois voltava para cá. Tinha muitos amigos de infância, a família que não abandonava. Ele voltaria dia 19 de julho, depois de uma viagem de 20 dias", relata a mãe.

André morreu no dia 18 de julho. As causas ainda não foram totalmente apuradas, mas provavelmente ele sofreu um ataque cardíaco ou um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

"Pelo que soubemos, houve várias cerimônias de despedida nas comunidades indígenas com as quais ele trabalhava. Isso mostra o quanto ele estava integrado, como amava o seu trabalho. Um exemplo a ser seguido", enaltece Sonia.

Em 2008, André tornou-se profissional da equipe do Programa Rio Negro do ISA como pesquisador e assessor da Coidi (Coordenadoria das Organizações Indígenas do Distrito de Iauaretê), além de associações indígenas de Iauaretê e da Foirn (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro). Em Iauaretê também trabalhou na área de preservação da cultura e história dos povos indígenas.

A morte de André teve grande repercussão no meio acadêmico e em publicações especializadas em antropologia. "André foi uma pessoa muito especial. Um orgulho para a família. É difícil devolvê-lo para Deus, mas temos a certeza de devolver uma pessoa digna, que lutou pelos ideais e pelas causas jutas", enfatiza a mãe. André deixou o irmão Daniel Moretto Martini, o caçula da família.

O Popular, 06/08/2011, Cidade, p. A4

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