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Americanos devem deixar hoje o País

Folha de Boa Vista - www.folhabv.com.br
Autor: Andrezza Trajano
07 de Nov de 2008

Os norte-americanos Andrew Dadiv Kopfinger, 21, e Benjamim Martin Charles Genard, 23, devem deixar o Brasil hoje. Eles foram presos pela Polícia Federal, na quarta-feira, transitando sem autorização na terra indígena Raposa Serra do Sol, ao Norte de Roraima.

Segundo o superintendente da PF, José Maria Fonseca, eles entraram no País por Lethen, na fronteira do Brasil com a Guiana. Eles possuem visto de turista e prazo de permanência de 15 dias no Brasil. Os estrangeiros já estavam na região há mais de 10 dias.

Fonseca explicou que os americanos foram ouvidos pelo delegado plantonista da Polícia Federal na noite de quarta-feira e reafirmaram a versão apresentada quando foram detidos, de que estavam "evangelizando os indígenas".

Como o prazo para Kopfinger e Genard deixarem o Brasil vence hoje, a PF optou por liberá-los e monitorá-los até a saída do País. "Para quem ia evangelizar, 15 dias parece pouco. Além de estarem com as passagens já compradas para esta sexta-feira. O comportamento e o equipamento que transportavam dão a entender que a finalidade era outra", receou Fonseca.

O CASO - O engenheiro Andrew Kopfinger, que trabalha numa empresa de exploração de petróleo nos Estados Unidos, e Benjamim Genard, formado em Relações Internacionais, foram detidos enquanto transitavam na Raposa Serra do Sol sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Eles estavam na companhia do índio macuxi José Pereira da Silva, pertencente à Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), e do guianense, naturalizado no Brasil, Alex Santos Almeida. Pereira atuava como guia e Almeida como intérprete do grupo.

Eles foram detidos na maloca do Maracanã, após índios ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR) relatarem a presença deles às autoridades. Os americanos carregavam aparelho celular, máquina fotográfica, kit de sobrevivência, telefone via satélite (global star) e GPS.

Meva desmente dupla de estrangeiros

Diferente do que fora dito à Folha por alguns policiais e funcionários da Funai no momento em que os norte-americanos chegavam à Superintendência da PF, eles não são integrantes da Missão Evangélica da Amazônia (Meva). A informação foi prestada ontem pelo presidente da entidade, Milton de Camargo César Sobrinho. "Eles não têm a menor ligação conosco, nunca os vimos, não os conhecemos", esclareceu.

Segundo Sobrinho, todos os missionários estrangeiros da Meva têm situação regularizada junto à Polícia Federal e à Fundação Nacional do Índio. "Todos que entram na área indígena estão autorizados pela Funai. Entretanto, não temos mais missionários estrangeiros morando na região", disse.

Ele acrescentou que o trabalho de evangelização dos índios desenvolvido pela Meva é feito atualmente via rádio transmundial, que transmite o evangelho na língua macuxi. "A única atividade nossa na área é feita em visitas e por missionários brasileiros", afirmou Milton Sobrinho.

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