OESP, Metrópole, p. A24
24 de Nov de 2018
Amazônia tem maior desmate em dez anos
Devastação na floresta teve alta de 13,7%; Pará e Mato Grosso sofreram perda mais ampla
André Borges, O Estado de S.Paulo
A Amazônia teve em 2017 o maior índice de desmatamento dos últimos dez anos. Dados oficiais divulgados ontem, os últimos da gestão Michal Temer, apontaram alta de 13,7% de devastação na área entre agosto de 2017 e julho de 2018, ante o mesmo ciclo anual anterior.
A remoção total da vegetação (corte raso) atingiu 7,9 mil km², área equivalente a mais de cinco vezes a capital paulista. Os Estados com valores mais elevados foram Pará (35,9% do total), Mato Grosso (22,1%), Rondônia (16,7%) e Amazonas (13,2). O governo federal procura relevar o resultado ruim, ao observar que o desmate de 2018 representa uma redução de 72% em relação à área registrada em 2004, quando 28.772 km² foram desmatados, a maior perda florestal no século 21.
O mapeamento se baseia em imagens de satélite para registrar e quantificar as áreas desmatadas maiores do que 6,25 hectares. Foi considerado como desmatamento a remoção completa da cobertura florestal, independentemente da futura utilização dessas áreas.
No ciclo 2017/2018, o Ibama, ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), aumentou o número de autuações em 6%. As áreas embargadas na região tiveram ampliação de 56%, o volume de madeira apreendida cresceu 131% e a apreensão de equipamentos teve alta de 183%, ante o período anterior.
Em unidades de conservação fiscalizadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do MMA, aumentaram em 40% as autuações, 20% as áreas embargadas e 40% as apreensões de madeira e equipamentos.
Ministério. Edson Duarte, ministro do Meio Ambiente, não deu entrevista sobre os dados. Por nota, declarou que "o recrudescimento do crime organizado" que atua no desmate ilegal "está associado a outras práticas criminosas, como tráfico de armas e animais, trabalho escravo, evasão de divisas e lavagem de dinheiro". Para ele, é preciso "ampliar a mobilização de todos os níveis de governo, sociedade e setor produtivo" contra s ilícitos ambientais".
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), ainda não anunciou o ministro da área. Em vídeo há duas semanas, ele criticou a gestão do setor no País e chamou a atuação do Ibama de "xiita". Defendeu acordos com empresas estrangeiras para explorar recursos na Amazônia e uso do turismo como mecanismo de proteção ambiental.
OESP, 24/11/2018, Metrópole, p. A24
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