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Amazônia: desmatamento cai 62,8% em julho

O Globo, O País, p. 18
30 de Ago de 2008

Amazônia: desmatamento cai 62,8% em julho
Área desmatada é maior que o Parque do Itatiaia e que Belo Horizonte; foi o menor índice desde março

Soraya Aggege e Bernardo Mello Franco

Em julho, o índice de desmatamento da Amazônia Legal diminuiu 62,87% em relação a junho, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área desmatada equivale a 323 quilômetros quadrados, pouco maior que o Parque Nacional do Itatiaia ou que Belo Horizonte. Em abril, maio e junho, o Inpe registrou, respectivamente, 1.124,1.096e 870km2 de devastação, o que indica tendência de queda.
Em julho, o Pará foi o estado que mais desmatou: 235,6 km2.
Mato Grosso, que liderava o ranking, ficou em segundo lugar, com números menores que em meses anteriores: 32,7km2.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que a queda no desmatamento é animadora, mas o governo não pode reduzir as ações de combate.
"Foi uma queda recorde, mas insuficiente", diz Minc
Ele atribuiu o resultado às medidas tomadas desde o início do ano como o aumento da repressão do Ibama, o embargo à atividade econômica em áreas desmatadas e a resolução do Banco Central que impôs regras ambientais à concessão de crédito rural:
- O resultado é significativo, mas o desmatamento ainda é grande. Foi uma queda recorde, mas insuficiente.
Os dados de agosto serão divulgados no fim de setembro, segundo o Inpe. O número de julho foi o menor desde de março, quando o sistema detectou 145km2. Mas, segundo o Inpe, em março apenas 22% da Amazônia puderam ser vistos pelos satélites, porque a região estava coberta por nuvens. Em julho, a visibilidade foi de 81%.
Minc chegou a se vangloriar da sorte pela boa visibilidade.
- Carlinhos Minc é pé quente - afirmou.
O sistema Deter revelou ainda que, nos últimos 12 meses (entre agosto de 2007 e julho de 2008), foram desmatados 8.147km2 na Amazônia Legal, enquanto que entre agosto de 2006 e julho de 2007 foram 4.820 km2. O Inpe ressalta que estes dados não correspondem à taxa anual de desmatamento, que é calculada pelo Prodes, sistema mais detalhado que considera apenas o corte raso, ou seja, o desmatamento em seu estágio final. Os números comparativos serão divulgados no fim de dezembro.
Segundo o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, o número de ações nos 36 municípios que registram maior devastação foi dobrado: em julho, foram em média 40 operações simultâneas de repressão, contra 20 em igual período do ano passado.
Os fiscais reforçaram o controle dos caminhões que transportam madeira ilegal.
Minc provocou o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, dono de um império da soja e crítico do corte de crédito para desmatadores.
- O governador Maggi deve estar contente porque o preço da soja continua subindo.

O Globo, 30/08/2008, O País, p. 18

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