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A Amazônia de Cameron

A Crítica (AM) - http://www.acritica.com.br/
Autor: Victor Affonso
01 de Abr de 2010

O deslumbramento do James Cameron, diretor de sucessos como "Avatar" e "Titanic", com a Amazônia era evidente. Notava-se isso desde seu discurso durante o Fórum Internacional de Sustentabilidade até a entrevista que concedeu a A CRÍTICA, durante sua passagem nesta semana por Manaus.

A imagem que se tem de Cameron, a de um homem sério, que grita sem hesitação com atores do porte de Arnold Swarchenegger e que sempre está pronto para uma boa discussão, deu espaço para um Cameron bem-humorado, simpático e humilde, algo totalmente diferente do esperado.

De fala rápida e descontraída, Cameron confirmou o prazer em visitar Manaus. "Muita coisa de 'Avatar' foi inspirada na Amazônia por meio de imagens, vídeos e documentários", afirma o diretor. "Estar aqui, no local de verdade, é algo muito importante para mim", acrescenta, dizendo, ainda, que não esperava se envolver tanto nas questões dos indígenas locais (citando o fato de ter feito uma viagem até a usina hidroelétrica de Belo Monte e apoiado os povos locais em preservar o meio ambiente). "Eu sou daquele tipo de pessoa que, se vejo algo acontecendo e posso fazer uma ação para ajudar, faço", comenta, com convicção.

Batalha

Quando perguntado qual era o próximo passo na batalha do homem em preservar o meio ambiente, Cameron responde: "Existem dois pontos fundamentais para isso, que é a educação e a energia."

Ele acredita que as pessoas precisam mudar a forma como pensam e ensinar para a próxima geração valores diferentes que a geração dele teve como base. "Precisamos parar com essa cultura consumista e materialista e redefinir o conceito de riqueza", filosofa.

Mentalidade

Em coletiva de imprensa realizada no sábado (27), Cameron havia dito que raiva moral abre espaço para as pessoas fazerem o que acham correto, além de acreditar que precisamos é de uma "mentalidade de tempo de guerra". Ao ser indagado, na entrevista, se esse visão das coisas era anarquista, ele prontamente responde que não. "O que quis dizer com 'mentalidade de tempo de guerra' é que precisamos nos unir para um objetivo maior, como os Estados Unidos fez no começo da década de 40 (durante a 2o Guerra Mundial) quando interrompeu a fabricação de carros para construir aviões bombardeiros", explica.

Crítica

No começo deste ano, em entrevista à revista masculina "Playboy", o diretor disse que fez "Titanic" por dinheiro. Em sua palestra no Fórum Internacional de Sustentabilidade, ele reforçou que "Avatar" foi para alertar os seres humanos.

O que mudou em 12 anos? "Eu não fiz 'Titanic' para ganhar dinheiro, mas quando obteve sucesso, abriu outras portas na minha vida. Já com 'Avatar', foi uma época em que não precisava mais de dinheiro, entende? Estava fazendo um filme que era uma visão particular", Cameron respondeu.

Para o canadense (esta é a nacionalidade correta, por favor!), houve ironia nessa história. "As pessoas, ao redor do mundo, se identificaram com 'Avatar' em um nível sem precedentes, muito além de qualquer outro filme (sobre meio ambiente). Minha análise? Todos estão preparados para as ideias, que talvez não estivessem há cinco ou dez anos. Aliás, nem todos!", completa.

Nos discursos, Cameron enfatiza a mensagem de 'Avatar' em preservar o que é nosso, algo que tenta levar para os lugares que visita, seja Hollywood ou uma aldeia indígena à beira do rio Xingu. É Aguardar para ver o que ele levará da Amazônia para o resto do Globo.

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