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Amazônia aberta a ameaças

A Gazeta - Vitória - ES
25 de Mar de 2001

Com mais de um terço da faixa de fronteira do país 5.993 quilômetros e ameaçada por guerrilheiros de países vizinhos, narcotraficantes, contrabandistas de minérios e de madeiras, a Amazônia não está sendo protegida como deveria. O Exército tem tentado virar o jogo, mas bate em trincheiras muito resistentes. Políticos regionais e até de expressão nacional são contrários à transferência de efetivos de seus estados para a região menos povoada do Brasil.

Para o Alto Comando das Forças Armadas, parte significativa do contingente do Comando Militar do Nordeste (CMN), sediado em Recife, deveria ter sido transferida para o Comando Militar da Amazônia (CMA), em meados da década passada. Mas o assunto nem é cogitado: entre 94 e 95, políticos pernambucano como o vice-presidente da República, Marco Maciel, o então governador Miguel Arraes, e o então presidente da Câmara, Inocêncio de Oliveira (PFL), anunciaram que são contra.

O Centro de Comunicação Social do Exército (Cecomsex) confirmou que a Amazônia é uma área estratégica prioritária, que há um plano para ampliar o contingente na região e que existiam planos para transferir as unidades em 2000.

Nem mesmo o recente perigo de invasão do território brasileiro pelas Farc (Forças Revolucionárias Colombianas), ajuda a resolver o problema. Está tudo parado admitiu um oficial de alta patente.

Até agora, o Exército só conseguiu executar parte pequena de seu plano. No início da década de 90, foram transferidos para a Amazônia, de unidades do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, quase oito mil homens. Muito pouco na avaliação de oficiais graduados. O Cecomsex não divulga o número ideal do efetivo, por motivos estratégicos. (AG)

ABAIXO-ASSINADO

Índios querem instalação de pelotão

O presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Sodiu, Silvestre Leocádio da Silva, representante do índios Macuxi em Uiramutã, entregou esta semana ao ministro da Defesa, Geraldo Quintão, um abaixo-assinado com 2.500 assinaturas pedindo a construção do pelotão de fronteira. Em discurso, o ministro criticou a posição da Funai, que tem se mostrado contrária à instalação do quartel e até do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Marcos Rolim (PT-RS), que fez um relatório sobre a situação da área, sem visitar Uiramutã, conforme atestou a prefeita da cidade, Florany Mota (PPB). "Quem não quer o quartel são pessoas que vêm de longe" denunciou Silvestre.

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