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AM proibirá mercúrio em garimpo no Rio Negro

OESP, Vida, p. A20
31 de Ago de 2012

AM proibirá mercúrio em garimpo no Rio Negro

BRUNO DEIRO

O Amazonas vai proibir o uso de mercúrio para a extração de ouro no Rio Negro em até um mês. Em duas semanas, o governo local promete anunciar uma meta para a abolição da substância nos outros rios do Estado.
A decisão ocorreu após o protesto de pesquisadores contra a resolução 011/2012, do Conselho Estadual de Meio Ambiente, que regulamenta os garimpos de ouro do Amazonas. Ontem, foram votadas 7 das 12 alterações no projeto original propostas por especialistas da área ambiental.
"Fomos informados da situação emergencial na bacia do Rio Negro, onde a concentração de mercúrio já é naturalmente elevada por causa da geologia local", explica Antônio Ademir Stroski, do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), um dos responsáveis pela resolução. "A proibição do mercúrio nessa área será imediata, pois há comunidades em que os níveis de contaminação está muito superior ao aceitável."
Em uma segunda reunião, provavelmente no dia 13, o conselho votará metas para o fim do mercúrio nos outros rios do Estado.
Segundo Stroski, o prazo não será menor que dois anos. "Em menos tempo que isso será inexequível. Temos de dar tempo para fazer a transição, pois são famílias inteiras que vivem durante 7 meses dessa fonte de renda", afirma. A expectativa é de que, após essa segunda votação, o texto final da resolução seja publicado no Diário Oficial até o fim deste mês.
Alternativas. De acordo com o conselho, apenas no Rio Madeira cerca de 3 mil famílias dependem da atividade garimpeira. Pesquisas no Alto do Rio Negro mostram que a concentração média de mercúrio no organismo em populações ribeirinhas chega a 70 partes por milhão (ppm) - a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece 50 ppm como limite seguro.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente busca alternativas ao mercúrio para a extração. Entre as principais apostas está aprimorar o uso da mesa vibratória, instrumento que ainda é pouco eficiente e tem alto custo.
Enquanto isso, o Ipaam promete ampliar a fiscalização nas áreas em que a proibição será imediata, além de combater os garimpos ilegais. "Vamos aumentar o efetivo ainda em 2012, com a contratação emergencial por 12 meses", diz Stroski. "Estamos fechando também uma parceria com a Marinha para fazer o monitoramento dos rios."

OESP, 31/08/2012, Vida, p. A20

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