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Autor: Adneison Severiano
02 de Dez de 2012
Os conflitos agrários no Amazonas resultaram na morte de cinco pessoas até novembro deste ano. Dados da regional estadual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), cedidos ao G1, mostram que 86 pessoas estão na lista de ameaçados por denunciar a atuação de grileiros em terras amazonenses. Nos últimos três anos, os casos de pessoas em risco cresceram 186,7% no Amazonas. O movimento denuncia ausência de investigações da polícia para identificar os autores dos crimes e cobra proteção das vítimas ameaçadas.
Em 2010, o CPT Nacional divulgou que 30 pessoas estavam sob risco de morte em território amazonense. Já no ano passado, o número subiu para 48, colocando o Amazonas entre os primeiros estados do ranking brasileiro de violência do campo. Neste ano, os dados preliminares mostram que há 86 pessoas em situação de ameaça no estado.
A quantidade de cidadãos expostos ao perigo da violência no campo pode ser ainda maior, porque a coordenação regional adiantou que novos nomes deverão ser incluídos na lista. Porém, o levantamento atualizado de 2012 só será divulgado no próximo ano, quando a CPT mostrará os dados coligidos de todos os estados do país.
De acordo com a coordenadora da Pastoral da Terra-Regional AM, Francisneidy de Souza Lourenço, as cidades situadas nas divisas do Amazonas com outros estados da Região Norte são as áreas de maior risco. Entre elas, os municípios do Sul do Amazonense: Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã - concentram maior volume de ocorrências de violência por disputa de terras.
"Temos esse problema em praticamente todos os municípios, mas só que nessas cidades citadas o perigo é maior por estarem localizadas na faixa de fronteira agrícola, porque tem a estrada que passa por Rondônia e facilita a retirada da madeira. A grilagem de terras acontece justamente por causa disso, a madeira é o principal fator. Por essa facilidade para os grileiros, o Sul do Amazonas é área onde concentra mais casos de ameaças e as mortes", revelou a representante.
Casos
De janeiro a novembro, cinco mortes com supostas ligações com a grilagem de terras ocorreram no Amazonas. O caso mais recente aconteceu no município de Lábrea, situado a 610 km de Manaus. No último dia 21, o líder rural Raimundo Nonato da Silva Chalub foi morto a facadas na própria residência.
Embora ainda não tenha sido confirmado pela polícia, há suspeitas que o crime seja uma retaliação à atuação da vítima contra a grilagem de terras e o desmatamento ilegal em assentamentos do programa "Terra Legal".
Apesar da vítima mais recente não integrar a lista de ameaçados, a Comissão da Pastoral da Terra acompanhará o caso. "As informações que temos sobre esse caso são vagas ainda, mas na próxima semana enviaremos um representante da CPT para Lábrea para investigar se o crime tem envolvimento de grileiros", assegurou Francisneidy de Souza.
http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/12/am-possui-86-pessoas-am…
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