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Almirante critica reserva em Roraima

OESP, Nacional, p. A11
16 de Mai de 2008

Almirante critica reserva em Roraima
Chefe do Estado Maior da Defesa endossa críticas do general Heleno

Tânia Monteiro

Segundo cargo na hierarquia do Ministério da Defesa, o almirante Marcos Martins Torres endossou ontem as críticas à demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Chefe do Estado-Maior de Defesa, Torres disse que o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Pereira, não está sozinho na sua preocupação de que a demarcação, em área de fronteira com a Venezuela, seja uma ameaça à soberania nacional. A declaração de Torres, mesmo cuidadosa, reverbera a apreensão do meio militar. Perguntado se o general Heleno era uma voz isolada na questão da Raposa Serra do Sol, Torres se limitou a responder que "não".

Medindo as palavras para não ressuscitar a crise militar protagonizada por Heleno e preocupado em não afrontar o governo, o almirante disse que a questão está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF). "No que diz respeito à Raposa, ninguém pode falar hoje sobre isso porque a decisão está no STF e o que o Supremo decidir será respeitado", afirmou ele.

O general Heleno foi censurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e silenciado pela Defesa depois de afirmar que a política indigenista brasileira era "lamentável, para não dizer caótica".

Em entrevista à imprensa, depois do encerramento da 4ª Conferência de Defesa do Cone Sul, o almirante moderou suas declarações e entrou em sintonia com a orientação do Planalto. O governo defende a demarcação em área contínua da reserva.

Ao citar as ações das Forças Armadas, em atendimento à população da região amazônica, o almirante fez questão de destacar que "militar não é contra o índio". Ele justificou que falou sobre isso para dar um exemplo, chamando a atenção para as operações que estão sendo realizadas na região. Ele respondia a uma pergunta sobre o tema da conferência, que era a discussão sobre um plano de contingência para o enfrentamento de pandemias. Depois, ao ser indagado sobre sua preocupação com os problemas que estão sendo enfrentados na região, o almirante Torres, cauteloso, repetiu o discurso do presidente Lula dizendo que, "ali, todo mundo é brasileiro".

OESP, 16/05/2008, Nacional, p. A11

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