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Alidcir denuncia precário atendimento médico nas comunidades indígenas

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
10 de Jun de 2004

Deficiência médica no atendimento básico, falta de medicação, médicos e auxiliares de enfermagem e o não funcionamento de um mini hospital no município do Cantá, a 32 quilômetros de Boa Vista, por falta de funcionários. São denúncias dos tuxauas que estiveram presentes na Assembléia Geral da Aliança de integração e Desenvolvimento das Comunidades Indígenas de Roraima (Alidcir), realizada na semana passada na comunidade do São Jorge, a 60 quilômetros de Pacaraima.

Os tuxauas afirmaram que as comunidades indígenas que fazem parte do Distrito Leste foram esquecidas pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que repassou o dinheiro para a saúde, mas não fiscaliza de que maneira estão sendo empregados os recursos, segundo eles.

Afirmando que as comunidades indígenas dos municípios de Cantá, Pacaraima, Bonfim, Amajari, Normandia e Alto Alegre, de responsabilidade do Distrito Leste, todas estão com o atendimento de saúde precário.

Os tuxauas afirmaram ainda que convidaram para o encontro o coordenador da Funasa, Ipojucam Carneiro da Costa, e o secretário municipal de Saúde, Robson Mangueira, para falar a respeito da saúde, mas eles não compareceram.

"Os tuxauas tinham muito que perguntar a eles", disse Anísio Pedrosa Filho, afirmando que uma proposta foi elaborada no encontro e na próxima semana será encaminhada à coordenação da Funasa.

Na proposta a ser enviada a Ipojucam, Anísio Pedrosa disse que os indígenas não só criticam o sistema, mas apontam onde estão as falhas e como se pode solucionar o problema, segundo ele, que é simples.

Pedrosa afirmou que os tuxauas têm conhecimento de que a Funasa repassa para a saúde indígena cerca de R$ 22 milhões. "Não sabemos como é investido o dinheiro. Temos conhecimento de que a verba repassada às prefeituras é pouca", disse o tuxaua.

FUNASA - O coordenador Ipojucam Carneiro disse que desconhece a denúncia dos índios. Mas afirmou que assim que tiver conhecimento por escrito o órgão com certeza irá apurar os fatos.

Ipojucam disse que assim que o documento denunciando as irregularidades for encaminhado à Funasa, uma sindicância para apurar os fatos será instaurada pelo órgão que repassa os recursos para os distritos que administram a saúde indígena.

ATERRO - Outro grave problema discutido pelos indígenas no encontro foi o aterro sanitário de Pacaraima. Segundo Anísio Pedrosa, o lixão localizado na nascente do rio Miang está poluindo as águas que abastece várias comunidades.
"Não podemos mais permitir que o rio seja poluído dessa maneira", afirmou Pedrosa, acrescentando que estão cansados de denunciar a Prefeitura de Pacaraima. "Desta vez vamos levar a denúncia aos órgãos de proteção ambiental", disse.

Pedrosa afirmou que os tuxauas formaram uma comissão composta por agentes de saúde, professores e da Alidcir para ir a Prefeitura cobrar soluções para o problema que há anos vem ocorrendo.

ASSEMBLÉIA - No encontro, estiveram presentes autoridades do Executivo, secretários estaduais e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai). Lá eles falaram de desenvolvimento sustentável.

A prefeita do Uiramutã, Florany Mota, disse aos indígenas que no município vários projetos de desenvolvimento sustentável estão colaborando para o crescimento. Afirmou que no processo é necessária a participação das comunidades.

Os tuxauas discutiram os problemas que afetam as comunidades indígenas entre, eles a educação e a agropecuária. Do encontro os índios elaboraram um documento a ser entregue ao governador Flamarion Portela.

Os índios pretendem dar ciência ao governador das dificuldades enfrentadas pelos indígenas. Pedrosa afirmou que os indígenas necessitam de assistência na saúde, educação e principalmente na agropecuária onde precisam de um apoio técnico.

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